domingo, janeiro 29, 2006

Portugal tem mais funcionários públicos que a Espanha e o Luxemburgo, mas menos que o resto dos Estados-membros da União Europeia.

Portugal tem mais funcionários públicos que a Espanha e o Luxemburgo, mas menos que o resto dos Estados-membros da União Europeia. Uma estatística que leva o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) a afirmar que o Estado português “não tem trabalhadores a mais” e a contestar quem defende que a Administração Pública devia reduzir o número de efectivos.

De acordo com dados do Eurostat, o gabinete de estatística da Comissão Europeia, a percentagem de trabalhadores do Estado em Portugal é de 19,9% da população activa, ficando à frente apenas da Espanha (17,2%) e do Luxemburgo (16%).

Nos restantes Estados-membros esta percentagem é mais elevada, sendo o primeiro lugar ocupado pela Suécia com 33,3%.Para o STE, estes dados provam que “não há funcionários públicos a mais em Portuga”.

“Face ao que se pretende da Administração Pública assim se diz que os trabalhadores são muitos ou poucos” lê-se num comunicado divulgado pelo sindicato em reacção a uma entrevista do ex-ministro das Finanças, Miguel Cadilhe, na qual este defendia a demissão de 200 mil trabalhadores da Administração Pública.

Para os dirigentes daquele sindicato, esta “não seria uma boa solução para a economia portuguesa despedir estes trabalhadores com uma indemnização, porque isso “só contribuiria para atirar para o não trabalho quem ainda tem muito para dar”.

MUNICÍPIOS DESRESPEITAM REGRA

As câmaras municipais não respeitaram a regra de admitir apenas um funcionário por cada dois aposentados durante o ano passado. As autarquias contrataram 3920 trabalhadores para apenas 1870 aposentados, a avaliar pelos dados da Caixa Geral de Aposentações.

A profissionalização das Forças Armadas também fez disparar o número de contratações, com 6347 admissões ao longo de 2005. As entradas nos ramos militares e de segurança representaram 31 por cento do total de admissões no Estado. Na totalidade do Estado – e de acordo com os dados da Caixa Geral de Aposentações – foram contratados 20 607 funcionários contra os 19 530 aposentados. Contas feitas, o Estado contratou mais 1077 pessoas do que aquelas que aposentou.

A Administração Central conseguiu, porém, fazer diminuir o seu número de efectivos, ao reduzir 1851 postos de trabalho na Educação e 884 no Trabalho e Segurança Social.

PESO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NA POPULAÇÃO ACTIVA (Dados de 2004)

Suécia - 33,3%
Dinamarca - 30,4%
Bélgica - 28,8%
Reino Unido - 27,4%
Finlândia - 26,4%
Holanda - 25,9%
França - 24,6%
Alemanha - 24%
Hungria - 22%
Eslováquia - 21,4%
Áustria - 20,9%
Grécia - 20,6%
Irlanda - 20,6%
Polónia - 19,8%
Itália - 19,2%
República Checa - 19,2%
PORTUGAL - 17,9%
Espanha - 17,2%
Luxemburgo - 16%

A pujança económica de Espanha já não deixa dúvidas

A pujança económica de Espanha já não deixa dúvidas: os nossos vizinhos deitaram a crise para trás das costas e estão a bater à porta do grupo das nações mais poderosas do Mundo. Um reflexo dessa realidade é a entrada em Portugal de muitas marcas espanholas: é já perfeitamente possível viver nas nossas maiores cidades e consumir apenas produtos espanhóis. Sem dramas.

O dia parece prometedor, os aromas atlânticos anunciados pela brisa fazem lembrar Portugal e o Sol é certamente o mesmo que brilha em Lisboa. A decisão amadurecida nas últimas semanas não vai ficar para amanhã: o Leon é a opção.

O ar jovial e seguro do nosso compatriota Ricardo Pereira, actor cujo rosto a SEAT – de Sociedade Espanhola de Automóveis de Turismo SA – utiliza para convencer os hesitantes, acaba com as últimas dúvidas. Além disso, a promessa de “auto emoción” que as radiofónicas e sensuais vozes femininas repetem e que os anúncios nas revistas sublinham, é quase irresistível.

Necessário é agora ultimar os pormenores do empréstimo. Para isso existe o Santander, o banco que, asseguram, dá “valor às ideias” e que tem o condão de perpetuar a marca Totta, o que dá um ar luso à opção.

O atendimento é cortês e profissional, as explicações claras não deixam espaço a problemas de comunicação. Feitas as contas ao investimento inicial e aos encargos, os valores parecem justos, pelo que a renovação do guarda-roupa e das prendas para a família são a etapa seguinte.

Antes, porém, há que passar num posto de abastecimento de combustíveis da Repsol e atestar o depósito. Em Espanha, a gasolina é mais barata, pena que a Repsol em Portugal tenha de se aportuguesar nos preços.

OLÉ SAUDADE

Os centros comerciais asseguram que é possível encontrar o que se procura num espaço razoavelmente reduzido. Tudo é perto de tudo. Vale a pena, pois, fazer o périplo pelos vários estabelecimentos, comparar preços, desencantar aqui ou ali aquela peça que parece ter sido feita para nós.

A Zara, Pull and Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, ou a Kiddy’s Class são visitas obrigatórias. Têm em comum o facto de pertencerem ao grupo espanhol Inditex.

O grupo está presente em mais de meia centena de países, entre os quais Portugal, e chegou a passar por um ligeiro contratempo em finais de 2003, quando o Ministério da Economia indeferiu um pedido de licença suplementar, a fim de legalizar as seis lojas que o grupo abriu no Centro Comercial Parque Nascente, em Rio Tinto, Gondomar.

A continuação da abertura de novas lojas e a chegada da Zara Home são a prova de que os problemas foram ultrapassados. Aos mais pequenos que garantem que a Imaginarium é das “tiendas de juguetes más bonitas del mundo”, a loja responde que é “Mucho más que eso!”.

Na verdade, é a loja que faz a pergunta e dá a resposta, mas se considerarmos que desde que foi criada, em 1992, ultrapassou já as três centenas de pontos de venda em duas dúzias de países, parece não andar muito longe da verdade.Espanhóis são também os têxteis da Mango, o pronto-a-vestir da Cortefiel, a marroquinaria da Paco Martinez, a decoração da KA-Kilo Americano, todas marcas familiares ao consumidor português.

E só o facto de imaginar que milhares de outros portugueses estão a fazer as suas compras em estabelecimentos clones faz-nos sentir próximos do nosso país. É a portuguesíssima saudade saciada em espanhol, ainda que umas espreitadelas mais indiscretas às etiquetas das peças de vestuário revelem desconcertantes origens, que vão da China ao Bangladesh.

TAPAS, TAMPAS

Uma manhã cansativa pede um almoço compensador. E, nisso, ‘nuestros hermanos’ são mestres. Podia ser um outro qualquer mas foi no D. Juan, restaurante donde se avista aquilo a que os espanhóis chamam faro e nós farol.As tapas são um festim para os sentidos. Há muito que deixaram de ser os pratinhos que precedem o prato da refeição, para se tornarem na própria refeição.

Os portugueses nunca perderam muito tempo a reflectir sobre a origem do nome e, ao que parece, os historiadores ainda a discutem. A maioria defende que o nome do prato é derivado do verbo tapar e teria origem na Idade Média, quando o vinho era servido acompanhado por uma fatia de pão, coberta por presunto, morcela e azeitona.

Na época, os espanhóis utilizavam o pão como tampa para impedir que as moscas entrassem no copo de vinho. Tapas são, assim, tampas. Tortilla, jamon serrano cortado em fatias finas, setas e gambas al ajillo, calamares, pimentos de padrón, amêijoas ou mexilhões, enfim, fiquemos por aqui que para esta tarde ainda temos a consulta na Corporación Dermoestética.

Antes desse compromisso e de passar por uma agência de viagens para planear o fim-de-semana, passámos pela MultiOpticas para comprar aqueles óculos de sol que nos estavam a faltar.

A MultiOpticas é outro caso de sucesso espanhol. Nos inícios dos anos 70, um pequeno grupo de ópticos uniu-se com o objectivo de melhorar os serviços prestados e os produtos comercializados. A iniciativa, pioneira, acabou por evoluir até chegar ao nome próprio de MultiOpticas. Em 1987, iniciou-se uma política de expansão que se estendeu a Portugal, com a participação de ópticos portugueses.

BELEZA DEMOCRÁTICA

A Corporación Dermoestética (CD) é, actualmente, a empresa que lidera o sector da Medicina e Cirurgia Estética, não só em Espanha como na Europa. Foi criada em 1979 e constituiu o acontecimento económico do último Verão espanhol, ao entrar na Bolsa, em Julho de 2005.

Para o mercado bolsista tratava-se de um sector completamente novo, a suscitar algumas interrogações, e contratação de meia centena de modelos femininos para se vestirem de enfermeiras e desfilarem em redor do seu presidente, José Maria Suescun, para celebrar o acontecimento, não caiu bem nos profissionais de enfermagem.

Assumindo-se como a “organización médico-estética mas avanzada de Europa”, a Corporación Dermoestética é responsável pelos milagres que há duas décadas têm vindo a praticar-se no seio da melhor sociedade espanhola, democratizando-se depois a todas as camadas sociais.

A primeira consulta é grátis e o financiamento dos tratamentos pode ser estruturado em cinco anos. Antes de chegar a Itália ou ao Reino Unido, Portugal foi o primeiro país escolhido, em 2001, pela empresa para a sua expansão europeia. Actualmente, está instalada em Lisboa, Porto e Braga. Seguem-se Aveiro e Coimbra.A cirurgia estética é a que mais clientes atrai.

A CD diz que “a beleza passou a ser um bem básico” e garante que pode satisfazer a necessidade desse bem com “segurança e eficácia, que, graças às inovações operadas no sector, já não é património exclusivo de uma determinada elite”.

A CD anuncia também moderna cirurgia laser ocular, Odontologia e Medicina Estética. É bom que resulte, para bem das exigências, digamos, do foro capilar, que levaram à nossa consulta.A tarde vai caindo, faltam ainda as compras para o jantar, pelo que se espera com impaciência que pelo menos um dos três clientes que ocupam o trio de funcionários da Halcon dê por completo o seu batalhão de perguntas.

FÉRIAS EM VILAMOURA

O destino? Portugal, evidentemente, e Algarve, porque sim. Em Espanha, a Halcon tem a maior rede de balcões, chegando aos impressionantes 750. A agência de viagens pertence ao grupo Globalia, que também detém a companhia aérea Air Europa, o operador turístico Travelplan e diversas outras empresas do ramo turístico. Em 2002, o homem-forte da Halcon, Antonio Hidalgo, proprietário do Salamanca, comprou o Farense.

As coisas deram para o torto, Hidalgo deixou-se de futebóis, e o Farense acabou por desaparecer das competições profissionais.O funcionário Halcon não propõe de Faro nem qualquer hotel das cadeias espanholas Sol Melia ou Riu Hoteles mas sim Vilamoura. O que, afinal, até nem é surpreendente.

O grupo espanhol Prasa, que já anunciou um investimento da ordem dos 750 milhões de euros em Vilamoura, adquiriu recentemente a André Jordan – o criador da Quinta do Lago – a Lusotur Imobiliária, proprietária dos 1650 hectares que compõem o empreendimento de Vilamoura, bem como da marina.

As compras alimentares são feitas no Supermercado Froiz. O grupo distribuidor Froiz nasceu em 1970 quando Magin Froiz Planes comprou um supermercado em Pontevedra. Tinha 26 anos. Na Galiza, a cadeia Froiz detém 133 supermercados e já entrou pelo Norte de Portugal, por Valença e depois Braga, e já chegou a Matosinhos, Porto e Gaia. A próxima estação é Guimarães.

No supermercado Froiz, “siempre a su servicio”, há artigos portugueses mas é preciso procurá-los. Frutas e verduras são galegas, de Pontevedra. O peixe, da merluza ao jurel, que é como quem diz da pescada ao carapau, vem de Vigo, como anuncia o cartaz da Galpreser, “mayorista de pescado”. É escusado verificar a embalagem de bacalhau desfiado, trata-se de “bacalao salado” da espanhola Coinba. E, se for congelado, está bom de ver, é o do “Lo bueno sale bien”, da espanholíssima Pescanova, pois claro.

E até as sardinhas em conserva são “sardinas das rias galegas” conforme reza a lata.Para um portuense, o argumento de que os pratos de tripas ao jantar são desaconselháveis é absurdo. Mas o desânimo é incontornável quando em vez de tripas temos callos em lata. Tripeiro, sim, callero, não. Ofendido, já não há pachorra para prestar muita atenção para os lacticínios espanhóis, sumos, azeites e vinagres de Espanha ou para a panóplia de produtos da Nestlé espanhola.

Já nem sei se hei-de acreditar que o arroz ‘Brillante’ é “el arroz que no se pasa”. As bolachas Cuétara ficam para outro dia. Antes, só uma condescendente espreitadela ao bom aspecto do pedaço de fígado exposto no talho para verificar que foi abatido em Espanha e que o boi era nascido em Espanha, como o atestam os dizeres da carcaça 788.

E se em vez de cozinhar se encomendasse um pizza?

É uma ideia a considerar. Vamos então optar pelos “momentos redondos” da espanhola Telepizza. Um telefonema e o jantar aparece em casa. Entregue pelos estafetas da empresa, bem entendido: desta vez não é preciso recorrer aos transportes urgentes da SEUR, a empresa que usa o ‘slogan’ “Detrás de cada envío hay una nueva historia”.

E PORTUGAL AQUI TÃO PERTO

A epopeia está no fim. Tempo para uma olhada pelo ‘El País’, propriedade do Grupo Prisa, e uma merecida meia hora diante do televisor para ver mais um episódio dos ‘Serranos’. Pois é, o programa é de facto espanhol e estou a vê-lo num canal espanhol – do mesmo dono do ‘El País’ – ainda que falado em Português: a TVI. Descontraído, dou por mim a pensar que um destes dias tenho de ir a Espanha.

Por isso, amanhã, se calhar vou visitar o Clube de Espanha, ali ao Edifício Mapfre, de Gonçalo Cristóvão. Hoje, o Clube de Espanha no Porto está pujante, não restam quaisquer vestígios das sonolentas salas de estar.

Aqui se preparam alunos portugueses para ingressar no Ensino Superior espanhol, sendo que por aqui têm passado muitos dos futuros médicos que não tiveram a possibilidade de tirar o curso em Portugal. Por hoje, a jornada está completa. Na verdade, ao longo deste dia não ultrapassámos o perímetro da Invicta, ainda que tenhamos ficado – vá lá saber-se porquê – com a vaga sensação de que não estivemos de todo em Portugal.

DOIS ESPANHÓIS CHEFIAM EL CORTE INGLÉS

O El Corte Inglés, um dos maiores Grupos de Empresas de Distribuição da Europa e líder no mercado em Espanha, instalou-se em Portugal em 2001, mais concretamente no centro da cidade de Lisboa. Emprega, actualmente, mais de 2500 pessoas de 23 nacionalidades diferentes, entre as quais portugueses. “Todos os nossos trabalhadores foram recrutados no mercado de trabalho nacional”, garantiu ao CM fonte da empresa.

Desengane-se, pois, quem pensa que o pessoal de nacionalidade espanhola tem maior representatividade na estrutura hierárquica. Dos 200 chefes de loja, por exemplo, apenas dois têm nacionalidade espanhola, o mesmo acontecendo nos cargos de direcção. Só o director-geral e o director adjunto são espanhóis. Já os três directores imediatamente abaixo (sectores Financeiro, Marketing e Pessoal) são portugueses.

A mesma fonte da empresa garantiu que a formação de todos os trabalhadores do El Corte Inglés é feita em Portugal, “por formadores portugueses altamente competentes”.

A actividade do El Corte Inglés está centrada no comércio a retalho através de uma estrutura denominada de Grande Armazém. Está instalado entre as Avenidas António Augusto Aguiar, Marquês da Fronteira, Sidónio Pais e Dr. Canto Resende. Tem uma página ‘web’ em português.

TEMOS 18 MOTORES ECONÓMICOS

O ‘milagre económico espanhol’ explica-se pela conjugação de quatro factores, com um momento de referência: 1 de Janeiro de 1986, data da entrada de Espanha e Portugal para a Comunidade Económica Europeia.

Este é um dos factos destacados por Ignácio Sanchez Amor, vice-presidente da Junta da Extremadura, para justificar o êxito de uma economia que já está no oitavo lugar entre as mais ricas do Mundo.

Sanchez Amor soma mais três razões para o sucesso espanhol: estabilidade política, reformas feitas a tempo e horas e as autonomias. “A estabilidade política, que nos levou a ter apenas quatro primeiros-ministros em toda a nossa vida democrática, construiu um quadro constitucional que não favorece a dissolução da Assembleia e o derrube do Governo”, diz. “As reformas da Administração Pública e da Justiça foram realizadas nos anos 80, a reforma fiscal começara já no final dos anos 70.

A estas reformas somou-se uma reconversão industrial duríssima, que atirou para o desemprego milhares de trabalhadores”, acrescenta Amor, salientando nesta conjuntura o papel assumido pelos sindicatos: “Sempre pautaram a sua actuação por uma grande moderação e um grande sentido de Estado”.

Por último, as autonomias. “Espanha não tem um, mas 18 motores económicos. Uma grande parte do êxito deve-se ao facto de as autonomias terem conseguido encontrar a escala adequada para muitas políticas de crescimento, que podem não ser muito significativas ao nível global mas são importantíssimas ao nivel regional.

Estamos a falar em 18 motores económicos a trabalhar em pleno, em saudável competição entre si e com grande proximidade em relação aos governos regionais.”

QUASE DOIS MIL MÉDICOS EM ONZE ESPECIALIDADES

Espanha é actualmente o país da Europa com mais médicos inscritos na Ordem portuguesa e o número tem aumentado de ano para ano. Actualmente, a Ordem dos Médicos conta com mais de 1936 profissionais inscritos, dispersos pelas mais diversas áreas de especialidade, desde a Medicina de Família à Psiquiatria. A mais representativa é precisamente a Medicina Familiar/Medicina Geral, que conta com 107 clínicos espanhóis.

Segue-se a Anestesiologia, com 40 médicos, e a Medicina Interna, com 35. Optaram também por trabalhar no nosso país 24 especialistas em Anatomia Patológica, 23 em Cirurgia Geral e 22 em Oftalmologia. Há ainda profissionais espanhóis na área da Otorrinolaringologia (18), Neurologia (14), Ortopedia (13), Pediatria (13) e Psiquiatria (13). Face ao número crescente de profissionais e de empresas que se instalam no nosso país, tem aumentado também a procura de cursos da língua vizinha.

Quase se pode dizer que o Espanhol é a segunda língua oficial em Portugal. No Instituto Cervantes, em Lisboa, por exemplo, o número de inscrições quase que duplicou em cinco anos. Em 2000, aquela instituição formou 1623 alunos. No ano passado, fê-lo a 3108 alunos.

ARMADA ESPANHOLA

C. DERMOESTÉTICAEm Portugal, a Corporación Dermoestética detém cinco clínicas e emprega quase 70 elementos do corpo clínico.

INDITEX/ZARACom 44 lojas em Portugal, a cadeia de lojas garantiu em 2004 um volume de negócios de quase quatro mil milhões de euros.

PRASA - Em 2005, a Prasa investe mais de 380 milhões de euros em empreendimentos no Algarve, principalmente em Vilamoura

IBERDROLA - A empresa, cujo administrador português é Pina Moura, investiu 1300 milhões de euros no mercado energético nacional.

EL CORTE INGLÉS - A filial portuguesa dos armazéns El Corte Inglés registou um resultado líquido de 5,88 milhões de euros em 2004.

TELEFÓNICA - Parceiro estratégico da Portugal Telecom, teve lucro líquido de mais de 3 mil milhões de euros, de Janeiro a Setembro de 2005.

BANCO SANTANDER - Estabeleceu-se em Portugal em 1988. No final de 2003 atingiu uma rentabilidade dos capitais próprios de 18,9%.

REPSOL - Presente em Portugal desde 1982, atingiu um lucro líquido de 394 milhões de euros no terceiro trimestre de 2005.

PRISA - O acordo que tornou os espanhóis da Prisa donos da Media Capital envolve mais de 300 milhões de euros.VIAGENS HALCONO acordo que tornou os espanhóis da Prisa donos da Media Capital envolve mais de 300 milhões de euros.


por Luís Lopes/Miguel Alexandre Ganhão/M.A.

sábado, janeiro 28, 2006




Escrito por Manoel Maria Barbosa du Bocage - Um clássico da literatura
Portuguesa:



A ÁGUA

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da rasca
tira o cheiro a bacalhau da lasca
que bebe o homem que bebe o cão
que lava a dona e o berbigão

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho


Meus senhores aqui está a água
que rega as rosas e os manjericos
que lava o bidé, lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.




Divulguem esta pérola da nossa literatura...

Porque os homens também merecem...

Ser homem é:

- Sentir a dor física de uma bolada nos tomates;

- A tortura de ter de usar fato e gravata no Verão;

- O suplício de fazer a barba todos os dias;

- O desespero das cuecas apertadas;

- A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem soutien;

- A loucura de resistir olhar para umas pernas com uma mini-saia;

- Ir à praia e resistir olhar para aquele mulherão que está deitada ao lado;

- Viver sob o permanente risco de ter de andar à porrada;

- Vigiar o grelhador no churrasco ao fim de semana, enquanto todos se
divertem;

- Ter sempre de resolver os problemas do carro;

- Ter de reparar na roupa nova dela;

- Ter de reparar que ela mudou de perfume;

- Ter de reparar que ela mudou a tinta do cabelo de Imedia 713 para 731
loiro/bege;

- Ter de reparar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja só 1cm;

- Ter de jamais reparar que ela está com um pouco de celulite;

- Ter de jamais dizer que ela engordou, mesmo que seja a pura verdade;

- Desviar os olhos do decote da secretária, que se faz distraída e deixa a
blusa desabotoada até ao umbigo;

- Ter a obrigação de ser um atleta sexual;

- Ter a suspeita de que ela, com todos aqueles suspiros e gemidos, só está a
tentar incentivar-nos;

- Ouvir um NÃO, virar para o lado conformado e dormir, apesar da vontade de
partir o quarto todo e fazer um escândalo;

- Ter de ouvi-la dizer que está sem roupa, quando o problema é onde colocar
novos armários para guardar mais roupa;

- Ter de almoçar aos domingos na casa dos sogros, discutir política com
aquele velho reaça, tratar bem os sobrinhos, controlar-se para não olhar
para o decote da irmã dela e não arrear um arraial de porrada ao irmão dela,

sacana do caraças que vem sempre pedir dinheiro emprestado.

Depois
Elas ainda acham que é fácil, só porque NÃO TEMOS O PERÍODO!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

REPENSANDO A VIDA


Repensar a vida consiste em rever valores.

Receber o inevitável serenamente,
Depositar ao leito do regato antigos pudores,
Aceitar o que a vida nos reserva inteiramente.

É existir sem temor de ser feliz.
É padecer e abrigar a angústia da alma
Tendo consciência que somos meros aprendizes.

Intentar não perecer, mantendo a calma.
Rebuscando no meu baú encontrei registros

Induziram-me a repensar quantos actos impensados.
De que adiantou tanta vigilância?

Tudo era sinistro.
Não tive muitas opções,
aceitei os meus fardos.
O temor... a dor foi inevitável.


Girei entre a loucura e a sanidade,
Gritei por paz, por amor inesgotável.
Repensando a vida... grito por serenidade.

“amor,que nunca cicatriza,
as vezes ameniza a dor,
em busca de outro amor
acho que estou pedindo uma coisa normal,
felicidade é um bem natural,uma,
qualquer uma,não faça bem,
mas que tambem não faça malapenas uma,
uma, qualquer uma,
que pelo menos dure enquanto é carnaval“

Casa Pia: queixa de Ferro Rodrigues arquivada


Ministério Público diz que há «falta de provas». Advogado responde: «é surrealista»

MAIS:
Ferro está no processo Casa Pia

O Ministério Público (MP) arquivou um processo-crime por "denúncia caluniosa" interposto por Ferro Rodrigues contra duas testem unhas do processo Casa Pia por falta de provas, disse hoje à Lusa fonte judicial .

Contudo, este processo pode voltar à fase inicial, já que está pendente no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de recusa do Procurador-Geral da República, Souto Moura, que entregou o caso à mesma equipa de procuradores que conduziu o inquérito Casa Pia, disse à Lusa Manuel Pedroso Lima, advogado de Ferro Rodrigues.

O advogado explicou que Souto Moura determinou que todos os processos i nstaurados aos assistentes (testemunhas/vítimas) tinham que ser entregues à equipa de procuradores que conduziram o inquérito do caso Casa Pia.

De acordo com o causídico, na sequência desta decisão, Souto Moura retirou a queixa de Ferro Rodrigues contra os dois jovens que o envolveram no processo de pedofilia das mãos das procuradoras a quem tinha sido distribuído e remeteu-o para a equipa de procuradores do inquérito Casa Pia.

Manuel Pedroso Lima considera que isto configura "um atentado aos direitos fundamentais do cidadão", já que se esta equipa de procuradores baseou o processo Casa Pia na veracidade dos testemunhos das vítimas não podiam vir agora reconhecer que teria existido o crime de calúnia dos jovens contra ferro Rodrigues ao envolve-lo no processo.

"Praticamente sem fazer nenhuma diligência no processo, os procuradores vieram dizer que não havia elementos nenhuns para sustentar o processo e decidiram arquivá-lo, o que é uma situação surrealista", disse Manuel Pedroso Lima.

O advogado adiantou que caso o Supremo Tribunal de Justiça lhe dê razão quanto ao incidente de recusa do PGR, o processo volta ao princípio e terá de s er entregue aos procuradores a quem foi distribuído inicialmente.

Leia o fax da polémica

Leia o fax da polémica
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2006/01/25 15:56

Alegre passar à segunda volta seria um «cenário desastroso e deixaria o Engº Sócrates numa posição fragilizada»

Transcrição do fax enviado com selo da Presidência do Conselho de Ministros e destinatário Fausto Correia.


«Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, o Engº José Sócrates pediu-me para o contactar com urgência, para este fax privado na certeza de que o meu amigo compreenderá a necessidade de que esta mensagem não seja amplamente divulgada, pois destina-se apenas ao núcleo de pessoas do partido envolvidas na campanha do Soares. O que se passa é bastante grave e exige da nossa estrutura uma intervenção rápida e sigilosa.

A sondagem porque aguardávamos foi-nos entregue hoje de manhã e indica claramente uma derrota de Soares em relação ao Alegre, numa diferençaque ultrapassa os 5%, sendo que a margem de erro desta sondagem é de apenas 3%. Também nas últimas sondagens a publicar esta noite e amanhã pela comunicação social esta derrota é evidenciada. Por outro lado, a hipótese do Cavaco não ganhar logo à primeira volta existe e não está completamente afastada. Na sondagem do PS indica 51%, mas como a margem de erro é de 3%, e com a tendência de descida que se verificou, é muito provável que o Cavaco fique abaixo dos 50% obrigando a uma segunda volta, por uma muito pequena diferença de votos.

Neste caso, teríamos um cenário desastroso para o governo, para o PS e deixaria o Engº Sócrates numa posição fragilizada, ao ter avançado com a candidatura de Soares e ver-se depois obrigado a apoiar o Alegre para a segunda volta, sendo certo que este poderá recusar publicamente este apoio.

Assim, o pedido que tem sido dirigido apenas ao núcleo de apoiantes da candidatura do Soares é de que tentem influenciar as pessoas que estão mais próximas de vós, sempre pessoalmente, para que votem em branco, ou mesmo que votem no Cavaco, para assegurar que não haja segunda volta, e o governo não saia fragilizado desta eleição. O melhor argumento a apresentar é de que uma segunda volta, a existir, será um desperdício de verbas do orçamento, uma vez que as sondagens indicam que se não passar na primeira volta o Cavaco ganhará folgadamente contra o Alegre na segunda volta. Escusado será insistir na confidencialidade deste assunto».

quarta-feira, janeiro 25, 2006

singelas reformas


Várias dezenas de ex-governantes e deputados, para além do Presidente da República eleito, recebem reformas do Banco de Portugal. Além disso, a frota de automóveis do Banco de Portugal é de fazer inveja a muitos ministérios.

O «Correio da Manhã» de hoje divulga uma lista de alguns dos ex-ministros e ex-deputados que recebem reformas «milionárias» do Banco Central.

Entre eles estão, por exemplo:
- Ernâni Lopes, actual chairman da PT, com 2.115 euros,
- Octávio Teixeira com 2.385 euros,
- Cavaco Silva, recém eleito Presidente da República, com 2.679 euros,
- Miguel Beleza, com 3.062 euros,
- Tavares Moreira, com 3.062 euros
- e o ex-ministro das Finanças Luís Campos e Cunha, com 8.000 euros.

e estamos em crise (?!?!), andamos a apertar o cinto(andamos ? Quêm? estes ?), agora imaginem se não estivesse-mos...

terça-feira, janeiro 24, 2006

2 anos de Portugal@Folding


2 Anos de Portugal@Folding

Faz hoje 2 anos que decidimos abraçar esta causa.
Muita coisa conseguimos alcançar.

Passamos de 0 créditos a mais de 20 milhões.

Passamos do Ranking 35271 para 32º lugar em termos de equipas.

Passamos de 1 membro para 1897 membros dos quais 463 se mantêm activos. Este número não é correcto porque as sub-teams (diferentes users que estão a produzir com o mesmo nick) nesta listagem apenas aparecem como um.

Passamos de 1 CPU dedicado a esta causa para mais de 2000 todos os dias do ano…

Tudo isto foi conseguido no melhor e maior espírito que pode haver. Muitas horas de trabalho de todos de forma gratuita apenas com o sentimento de missão cumprida.

Vale a pena neste dia tão especial recordar as palavras que o Director do


Folding@home nos dedicou:
Thank you all for your participation in Folding@Home. I was thrilled to see your web site and all the great things you've been doing. Unfortunately I don't speak Portugese, but the automatic translation worked well and it was exciting to hear about your contributions. Folding@Home has been a success due to people like yourselves, all of the world, who want to make a difference in the world. The spirit your team has is heart warming and will likely be an inspiration for many others. I and my team deeply thank you for your tremendous achievements to further Folding@Home and wish you the best of luck in your future endeavors.
Vijay Pande Assistant Professor of Chemistry and of Structural Biology, and Director, Folding@Home Distributed Computing Project Stanford University, Stanford

Tradução livre:
" Obrigado a todos pela participação no Folding@Home. Fiquei emocionado por ver o vosso site e todas as grandes coisas que vocês têm feito. Infelizmente eu não falo Português, mas a tradução automática funcionou bem e foi excitante ouvir falar das vossas contribuições. O Folding@Home tem sido um sucesso graças a pessoas como vocês, como todo o mundo, que quer fazer uma diferença no mundo. O espirito que a vossa equipa tem é aconchegante e será certamente uma inspiração para tantos outros. Eu e a minha equipa agradecemos profundamente pelas vossas tremendas conquistas para progredir o Folding@Home e desejamos a melhor sorte nos vossos esforços futuros. "

Muito ainda há a fazer. O projecto ainda apenas tocou na ponta do iceberg. Nas últimas semanas tivemos oportunidade de colocar aqui alguns dos resultados alcançados. Fica aqui o link para consultarem se desejarem: http://portal.portugalfolding.com/artigo.php?artigo=111

Mas hoje é dia de celebramos e de nos sentirmos especiais. Todos os dias a lutamos por um mundo melhor. Não são muitos que podem dizer isto.

Abraços distribuídos

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Ambiente influencia mais o sucesso do que os genes


Especialista evocou os exemplos de Albert Einstein e da maratonista Rosa Mota para provar tese


O investigador Manuel Sobrinho Simões afirmou hoje, perante uma plateia de centenas de jovens, que as histórias de sucesso se devem muito mais ao ambiente do que as genes.

"A nossa evolução enquanto seres vivos é fundamentalmente resultado não dos nossos genes mas do nosso treino, educação e trabalho", disse Sobrinho Simões numa conferência organizada pelo Instituto de Investigação Interdisciplinar d a Universidade de Coimbra.

Falando para cerca de oito centenas de finalistas do ensino secundário, aquele professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto evocou os exemplos de Albert Einstein e da maratonista Rosa Mota para vincar que "as histórias de sucesso são muito mais por causa do ambiente do que dos genes".

"Se alguns de vós, os privilegiados, acham que têm umas características genéticas especiais, ou trabalham muito ou estão lixados", advertiu num dos vários momentos em que causou o riso da audiência.

Sobrinho Simões lembrou também um grupo de jovens do programa Ciência Viva, com quem trabalhou há dez anos, e que actualmente são profissionais de sucesso.

"São histórias de sucesso, não porque tinham um gene do sucesso mas por que trabalharam", sublinhou o director do Instituto de Patologia e Imunologia Mo lecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).

Na conferência, intitulada "Genes e Ambiente: do Super-homem ao Popeye" , o investigador salientou também que "a grande maioria das doenças se devem, não a alterações genéticas mas ao estilo de vida" e que a influência do ambiente começa "muito cedo", ainda no período de gestação.

Segundo Sobrinho Simões, "em todas as doenças civilizacionais, como o cancro, a obesidade, a depressão, a SIDA e a tuberculose, há factores de susceptibilidade genética" mas prevalecem causas relacionadas com a alimentação, sedentarismo e stress profissional.

Já durante o período de resposta às perguntas da audiência, o docente, galardoado com o Prémio Pessoa, disse desconhecer qual a quota-parte do ambiente e dos genes nos génios precoces e ainda na homossexualidade.

A conferência foi a primeira do ciclo de colóquios "Despertar para a Ci ência", que conta com o patrocínio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Saúde mental


Psicanalista diz que o humor é parte importante da saúde mental - e a principal ferramenta para enfrentar os medos

Rir é o melhor remédio?


Para uma corrente da psicologia, manter o humor mesmo nas situações adversas não é apenas sabedoria popular, mas um instrumento terapêutico.
'O humor é uma sabedoria trágica sobre a própria finitude.

Sabemos que não podemos tudo, que somos impotentes para muitas coisas, mas não permitimos que os medos, inclusive o da morte, nos paralisem', diz Daniel Kupermann, doutor em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ao lado de Abrão Slavutzky, psicanalista e psiquiatra, Kupermann organizou o livro Seria Trágico... Se não Fosse Cômico (Civilização Brasileira), para marcar o centenário de outra obra, Os Chistes e Sua Relação com o Inconsciente, de Sigmund Freud.

Os textos de ambos e de mais dez profissionais chamam a atenção para detalhes que, no dia-a-dia, podem fazer a diferença no bem-estar de cada um. A seguir, os principais trechos de entrevista concedida a ÉPOCA.

ÉPOCA - Qual é a importância do humor numa terapia?

Daniel Kupermann - Quem busca uma terapia quer e precisa resgatar seu potencial criativo, inibido pelo sofrimento, pela angústia e pelo medo excessivo. Por isso, a vida parece ter perdido o sentido e a graça. Durante muito tempo, considerou-se contra-indicada a presença do humor entre analista e paciente, em nome da neutralidade que deveria reger a relação. Hoje, sabe-se que não há psicoterapia sem que se estabeleça uma ligação afetiva, em que o humor é parte integrante. O inglês Winnicott (Donald Woods Winnicott, 1896-1971) definia psicoterapia como a atividade na qual duas pessoas brincam juntas, e uma das tarefas do terapeuta é trazer o paciente de um estado em que não é capaz de brincar para um em que o é. Se alguém não pode brincar, não pode ser psicanalista.


ÉPOCA - E como se resgatam a criatividade e a capacidade de brincar?

Kupermann - A partir do distanciamento do drama, cultivado pela neurose. Isso permite à pessoa enxergar as razões de seu sofrimento por novos pontos de vista. O humor ajuda na formação de uma nova sensibilidade.



ÉPOCA - No livro, diz-se que Freud achava o humor essencial à cura...

Kupermann - Para Freud, o senso de humor é o principal sinal de um psiquismo sadio. Ele o considerava a forma privilegiada pela qual adultos mantêm a capacidade de brincar e de não ser esmagados pelos imperativos da vida em sociedade. No processo de cura, o humor é um instrumento precioso para caricaturar os ideais de perfeição e de onipotência que tendemos a atribuir a nós mesmos e a figuras de destaque na vida social. Nós nos permitimos rir desses ideais e, sobretudo, de nós. Freud, em alguns momentos, aproximou o trabalho do psicanalista daquele do caricaturista.


ÉPOCA - Como é possível ter um estado de espírito leve e alegre diante de fobias e fraquezas humanas?

Kupermann - É necessário desenvolver certa descrença nos ideais de felicidade propagados no mundo contemporâneo; não se levar tão a sério, sabendo que nunca atingiremos os ideais de perfeição em que aprendemos a acreditar. E nunca nos resignar a uma vida fútil e insatisfatória só pelo fato de ela ser socialmente aceita e reconhecida. É essa acomodação que aumenta a níveis insuportáveis a angústia, a fobia e a depressão.

ÉPOCA - O humor é o reverso do medo? Ou uma canalização do medo?

Kupermann - O humor não é o reverso do medo, no sentido de uma coragem heróica. O herói é aquele que se crê indestrutível, é o que tem como lema 'nada pode me acontecer'. É o Rambo. O humor é uma sabedoria trágica acerca da própria finitude. Assim, por um lado, sabemos que não podemos tudo, que somos precários e impotentes para muitas coisas, mas, por outro, não deixamos os medos, inclusive o da morte, nos paralisar.


ÉPOCA - O que Freud quis dizer quando afirmou que o `humor é teimoso e rebelde`?

Kupermann - Há uma piada que traduz esse pensamento. Um condenado à forca, numa segunda-feira, diz a seus algozes que o conduzem ao patíbulo: 'É, a semana está começando muito bem'. Com isso, ele afirma sua dignidade humana mesmo na iminência da morte. Há também um episódio biográfico de Freud, que era judeu. Para ser liberado da Áustria, durante a ocupação nazista, as autoridades da Gestapo o obrigaram a assinar um documento declarando que não sofrera maus-tratos. Freud não só assinou, como acrescentou: 'Posso recomendar altamente a Gestapo a todos'. Ele correu riscos, mas não perdeu a piada.


ÉPOCA - O humor é nato ou pode ser adquirido?

Kupermann - O humor tem sua fonte na atividade lúdica da criança. E vira a brincadeira do adulto, fruto de sua imaginação criadora. Nesse sentido, é nato. Mas é possível privar alguém da capacidade de brincar ao sujeitá-lo a violências. Uma pessoa traumatizada tem o senso de humor comprometido.


ÉPOCA - Como recuperá-lo?

Kupermann - Para adquirir humor, é preciso desenvolver uma 'razão lúdica', ou seja, um misto de lucidez com ludicidade, faculdades necessárias para uma vida satisfatória e expansiva. Ter humor é achar graça nas incertezas da vida. É exercitar a descrença em todas as verdades difundidas socialmente, libertando a alma, o pensamento e a imaginação da moral, dos ideais dominantes.

ÉPOCA - Humor negro é negativo?

Kupermann - Não. O humor negro é o que mostra graça no que chamamos de 'desgraça', nossa e dos outros, afirmando nossa condição mortal. Por isso, pode ser considerado trágico e também cômico, porque inclui a morte na vida, sem deixar de celebrá-la.

ÉPOCA - Há o humor que faz bem e o que não faz bem?

Kupermann - Por definição, se é humor, faz bem. Mas é possível diferenciar o humor da ironia, do deboche e também do riso cínico. Na ironia e no deboche rimos do outro por acreditar que somos mais sábios e superiores. No cinismo, o riso é amargo, melancólico, porque é o riso de quem, decepcionado, perdeu o gosto pela vida. Essas formas humorísticas fazem mal, porque servem à ignorância.


ÉPOCA - Como curar uma angústia por meio do humor?

Kupermann - A angústia não deve ser curada, ela é também um motor para a ação e criação. Ela faz você trabalhar. Um artista, por exemplo, muitas vezes simboliza a angústia. O problema é quando a intensidade é traumática e paralisante. Com humor, temos sucesso em enxergar uma situação aparentemente desesperadora, atribuindo a ela novos sentidos.


ÉPOCA - Qual é sua avaliação sobre políticos que sempre dão um jeito de aparecer rindo na mídia?

Kupermann - Os políticos praticam o que o filósofo Gilles Lipovetsky chama de 'humor de massa', displicente e acrítico. O objetivo é evitar tensões, conflitos e impasses. Em vez de instigar o pensamento, como nas boas piadas, nos comentários espirituosos e nas charges, querem anestesiar o espírito, fazendo crer que nada importa e tudo é permitido. É o que chamo de humor 'lubrificante social'. Com esse riso, alguns políticos buscam não receber cobrança por má conduta e nos fazer engolir as pizzas que assam.


ÉPOCA - O texto diz ainda que o humor participa como tempero essencial do erotismo. Como assim?

Kupermann - O humor seduz. Isso quer dizer que é extremamente eficiente na tarefa de romper as barreiras que separam meus interesses egoístas dos interesses dos outros, provocando intimidade e comunhão. Rir junto com alguém, assim como comer junto, é um exercício de intimidade, que favorece a aproximação sexual.


ÉPOCA - Quem tem mais humor, o homem ou a mulher?

Kupermann - Aristóteles dizia que o ser se humaniza aos 40 dias de idade, quando ri pela primeira vez. Portanto, há muito se sabe que o humor não faz distinção sexual. Há, sim, uma comparação entre o humor masculino e o feminino, enaltecendo o primeiro, mas é um resquício machista.


ÉPOCA - Seria o humor um bom contraponto à paranóia?

Kupermann - A paranóia é caracterizada pela certeza inabalável em uma versão única dos fatos. O indivíduo paranóico, cujo ego é exageradamente enaltecido, acha-se sempre no centro dos acontecimentos, todos o perseguem e querem prejudicá-lo. Seu saber é absoluto. O humor se contrapõe à paranóia ao relativizar os fatos e suas versões. No humor reconhecemos não apenas a limitação de nossa importância, mas, sobretudo, aprendemos a conviver com aquilo que não sabemos e não saberemos, o acaso.


ÉPOCA - A piada não é um remédio passageiro?

Kupermann - Uma piada, com certeza, tem vida curta, mas o cultivo do humor é tarefa para a vida inteira. A atitude humorística indica um posicionamento ético e também político.


ÉPOCA - Como cultivar o humor na dose certa?

Kupermann - Os exemplos históricos mostram bem. Algumas tiradas mudaram a percepção dos cidadãos em relação aos acontecimentos da vida e da política. Lembro da cena criada por Chaplin, em O Grande Ditador, na qual se parodia a ambição de Hitler pela conquista do mundo, fazendo o ditador se entreter jogando bola com o globo terrestre. Há também a do João Saldanha, técnico da Seleção, ao presidente Médici, que lhe pedira para convocar um jogador: 'General, eu não me meto na composição do seu ministério, então o senhor não se mete na convocação para a Seleção'.


ÉPOCA - Mas se deve ter cuidado para evitar o ridículo, não?

Kupermann - O humor se diferencia da euforia maníaca. Ele não é, na essência, exibicionista. Não é o enaltecimento do ego que está em jogo, mas justamente suas fraquezas e imperfeições, acolhidas como parte da dignidade humana. É por isso que muito facilmente o humor revela o ridículo de todo aquele que se pretende onipotente, como aprendemos com os chargistas. Agora, para evitar o ridículo não custa ter tato. Fazer humor com quem não o tem é arriscado. Às vezes, alguém se sente ofendido porque foi feito de ridículo, o que não é próprio do humor, mas do deboche.


ÉPOCA - Existe humor politicamente correto?

Kupermann - Não. Por isso mesmo, é preciso saber onde, quando e como exercê-lo. Uma piada sobre minorias pode ser altamente embaraçosa.


ÉPOCA - Há quem tenha mau humor crônico. Há jeito para isso?

Kupermann - A distimia ou mau humor crônico é um transtorno recentemente formulado pela psiquiatria americana e equivale a uma forma branda de depressão. Ao contrário do que se pretende, não se trata de mera disfunção neuroquímica, mas de um sintoma psicodinâmico. O sujeito cronicamente mal-humorado revela uma enorme insatisfação com seu estilo de vida, responsabilizando, no entanto, o outro por seu sofrimento. Mas geralmente são pessoas capazes, que, com a psicanálise, podem transformar a inadequação em inconformismo criativo.



ÉPOCA - Os bem-humorados têm maior tendência a bons sentimentos, afetividade sadia, qualidade de vida?

Kupermann - Em psicanálise, definimos saúde como a capacidade para o amor e o trabalho criativo. E o senso de humor está, sem dúvida, na base da saúde psicológica.


ÉPOCA - Em que situações o humor se mostra necessário à vida?

Kupermann - Como forma de não se abater e de manter a dignidade perante o infortúnio. Freud, ao saber que seus livros estavam incluídos nas queimas das praças públicas de cidades alemãs, disse, em maio de 1933: 'Que progressos estamos fazendo! Na Idade Média teriam queimado a mim. Hoje, se contentam em queimar meus livros'.


ÉPOCA - Rir é melhor que Prozac?

Kupermann - Toda atividade mental tem seu correspondente neuroquímico. Mas não se podem reduzir atitudes éticas, como a sabedoria humorística, a reações químicas cerebrais sob o risco de perdermos o que é mais próprio do humano: a liberdade. Rir, portanto, é mais barato que usar Prozac. Mas, dependendo do riso, ou seja, se for um riso de submissão, cínico, debochado, pode sair tão caro quanto. Não há panacéia para a existência.

Daniel Kupermann Dados pessoais: Tem 42 anos, é casado, pai de um filho,
Carreira: É psicanalista, pesquisador do CNPq junto à UFF e membro da Formação Freudiana RJLivros: Transferências Cruzadas: uma História da Psicanálise e Suas Instituições (Revan) e Ousar Rir - Humor, Criação e Psicanálise (Civilização Brasileira)Fonte: revista Época - Reportagem Valéria Blanc, 09/01/2006

Dúvida Existencial



Com o Sócrates no Governo,

o Barroso na Comissão Europeia,

e o Guterres na "Comissão dos Refugiados"

Nós fugimos para onde?

segunda-feira, janeiro 16, 2006






Doenças estudadas pelo Folding@Home

OSTEOGENSIS IMPERFECTA

Com a colaboração de outros grupos de Stanford (especialmente o grupo da Dra Teri Klein do Centro Médico da Universidade de Stanford), estamos a olhar o enrolamento e mau enrolamento do Colagénio. O Colagénio é a proteína mais comum no corpo e as suas mutações levam a uma doença horrível chamada Osteogenesis Imperfecta (ou OI para abreviar). Em muitos casos, OI é letal e leva ao aborto. No entanto, 1 em cada 10,000 pessoas têm um certo tipo de mutação no colagénio.

Para muitos, onde a mutação não é muito séria, permanece desconhecida e mal diagnosticada e leva a ossos frágeis e outros problemas mais subtis. Noutros casos, no entanto, as mutações levam a problemas morfológicos mais graves, como se pode ver na figura.




Estamos a começar a modelar o enrolamento do colagénio nos projectos 1000.

DOENÇA DE PARKINSON (DP)

Também temos feito estudos preliminares numa proteína chave implicada na Doença de Parkinson. A Alpha-synuclein é uma proteína nativamente desenrolada e o seu enrolamento/mau enrolamento (ver agregados mal enrolados na figura) aparenta estar ligado à DP. Estamos a avaliar a aplicação de vários métodos FAH a este problema.


RIBOSSOMAS E ANTIBIÓTICOSO

Ribossoma é uma fantástica máquina molecular e tem um papel crítico na biologia, visto que é a máquina que sintetiza as proteínas. Por causa deste papel crítico, e de algumas diferenças pequenas mas fundamentais nos ribossomas dos mamíferos e bactérias, o ribossoma é o alvo para cerca de metade dos antibióticos. Estes antibióticos funcionam normalmente para prevenir os ribossomas bacterianos de sintetizarem novas proteínas, matando-os.

Temos vários projectos em desenvolvimento para estudar o ribossoma. Visto que o ribossoma é enorme, estas WUs são grandes WUs e levaram-nos ao limite dos cálculos do FAH. No entanto, com estas novas WUs, o FAH está preparado para estudar mais e mais problemas complexos, e se bem sucedidos, com um maior impacto biomédico.

COMO SÃO POSSÍVEIS ESTES NOVOS AVANÇOS?

Para fazer estas descobertas usando a computação distribuída, são necessários novos métodos.A computação distribuída é uma forma invulgar para realizar cálculos em grande escala. Enquanto dá recursos computacionais maiores que um supercomputador (por exemplo, os cerca de 200,000 processadores activos no FAH versus 5,000 num supercomputador típico), estes processadores estão ligados via Internet, não com as ligações de banda larga e de baixas latências encontradas nos supercomputadores.

Assim, temos de desenvolver novos métodos para usar o invulgar paradigma computacional e capacidades do FAH.Muito do nosso trabalho nos primeiros anos do FAH tem sido desenvolver e testar estes métodos em sistemas-modelo: pequenas proteínas que possam ser facilmente estudadas experimentalmente. Com estas comparações experimentais, podemos testar e validar os nossos métodos, assim como as suas limitações (que é crítico para melhorar os nossos métodos).

Até à data, o FAH tem sido muito bem sucedido, com mais de 25 trabalhos publicados nos primeiros 5 anos originados directamente dos cálculos do FAH. Vamos continuar a trabalhar em todas as frentes: novos núcleos científicos, novos algoritmos, novos modelos para as proteínas, novas questões relacionadas com os nossos métodos e aplicações às doenças e outras questões biomédicas.by: Dekker



Notícias :


06/01 Analogamente ao que noticiamos na última edição desta newsletter (desta vez antecipadamente) , aproximadamente metade dos servidores do
F@H estarão fora de serviço no dia 19 de Janeiro entre as 4 e 6 da manhã lá pelas bandas de stanford (pelo que aqui deve ser entre as 12 e as 15h)

Fonte: http://folding.stanford.edu/news.html
22/12 Equipa de investigadores portugueses na Universidade de Cambridge descobriu uma molécula responsável pela prevenção de tumores. Esta noticia foi recolhida pelo membro da comunidade portugal@folding “aquiterio” e se aparentemente não tem muito a ver com o folding, a verdade é que não podemos esquecer que parte do sucesso deste projecto depende também da capacidade de relacionarmos a simulação em computação distribuida com a parte experimental e com a introdução de factores que influenciam o desenvolvimento (tal como já aconteceu com a p53, conhecida inibidora de tumores).

Fonte: http://folding.stanford.edu/news.htmlPois é o ano começou com uma novidade em termos de grandes comunidades foldadoras, os nossos amigos australianos (Overclockers Australia) perderam a liderança. Rei morto...Rei Posto... e o novo lider é ...[H]ardOCP


Fonte:
http://www.techzonept.com/showthread.php?t=78907 Termino com a noticia (embora para a maior parte não seja novidade) de que subimos mais uma posição na tabela geral do F@HO 32º lugar já é nosso e os felizes contemplados com o nosso pó são os Pequenos Cães Brancos, ou LITTLEWHITEDOG para os amigos.
By: Fontemourisca


sábado, janeiro 14, 2006

para reflexão...


Os Indomaveis

Mourinho e o Pai Natal

A gravidade da crise nacional


Sem qualquer outra desnecessária explicação para além da corrupção e manifesta incompetência dos dirigentes, a conjuntura nacional aproxima-se, na evidência pública que os indicadores económicos filtrados não conseguem tapar, da situação económico-social de 1976 e 1983.
A crise económica é muito mais grave do que a crise financeira aparente. São hoje raros os sectores competitivos portugueses no plano internacional. Calçado, têxteis, malhas, cerâmica, vidro, marroquinaria e outros tradicionais estão em liquidação. Não se constituem alternativas práticas válidas para a obsolescência tecnológica e industrial do País.
Todos os dias se anuncia o encerramento, despedimento colectivo e salários em atraso em empresas. As multinacionais deslocalizam a sua actividade para países de mão-de-obra mais barata e maior instrução, terminado o ciclo previsível dos subsídios e a contrapartida do período aceitável de estabelecimento em Portugal. No sector público, nomeadamente no ensino, o desemprego alastra silenciosamente com a complacência de sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil. O futuro parece a todos mais negro do que o sombrio presente.Ao lado, a Espanha anuncia superavit orçamental.
Vale-nos, na quota diminuta que a dor da partida e o risco da aventura consentem, a emigração que é agora mais fácil do que na altura das crises económico-financeiras anteriores.Rilham os dentes do povo, enquanto o folcore do sistema político-mediático corrupto continua impávido, mesmo se já perdeu a serenidade.
por Antonio Balbino Caldeira

in POrtugal Profundo

Mário Soares levou para uma caixa-forte, do tamanho de uma sala, de porta blindada e pega rotativa, na Casa-Museu João Soares - hiperbolicamente designado de "galeria de ofertas" - , uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da República Portuguesa, durante os seus mandatos, entre os quais se incluem jóias e outras peças de gabarito, que alguns visitantes de confiança já viram e de que, numa pequena parte, o sítio da Casa permite entrever.
Ora, uma coisa são as ofertas pessoais ao cidadão Mário Alberto Nobre Lopes Soares e a sua esposa Maria de Jesus Simões Barroso; outra coisa, de natureza moral e jurídica diversa, as ofertas oficiais ao órgão de soberania Presidente da República.
Algumas questões claras:
1. É legal que Mário Soares fique na posse das ofertas oficiais que foram feitas ao Presidente da República Portuguesa, nessa qualidade institucional e não ao cidadão?
2. Não são essas peças oferecidas oficialmente ao Presidente da República propriedade do Estado?
3. Não deviam estas peças estar no Museu da Presidência da República como estão as dos seus antecessores e também de Jorge Sampaio?
4. E se esse comportamento for legal, é ético?
5. E se for ético, é moral?Há em Mário Soares uma associação promíscua, absolutista e anti-democrática, da sua pessoa e do Estado. Essa promiscuidade, como se de um Presidente-Sol se tratasse, tem como exemplos, além deste que hoje torno público, alguns negócios da sua Fundação com o Estado - o arrendamento pelo Estado de um gabinete na sua Fundação para um escritório do ex-Presidente da República... Mário Soares; o subsídio de 500 mil contos do Governo Guterres para a instalação da Fundação, num prédio cedido pela Câmara Municipal de Lisboa que lhe foi arranjado pelo seu filho João, na altura vereador da capital; o protocolo por 10 anos (celebrado em 1995) de subvenção da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o filho era vereador da Cultura; além de outros subsídios controversos - e até o policiamento permanente (24 horas por dia) das suas várias casas (Campo Grande, Nafarros, Vau) pela PSP.
por Antonio Balbino Caldeira

in POrtugal Profundo

Quarta-feira, Janeiro 04, 2006

O Presidente de todos os... socialistas
O Presidente da República já chamou Pedro Namora, Felícia Cabrita, Manuela Moura Guedes e Joaquim Vieira para se inteirar da
perseguição política e profissional que têm sofrido?

por Antonio Balbino Caldeira

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Lê-se e não se acredita



Disse, ao «24 Horas», o desembargador Vaz das Neves: «Estamos ansiosos para conhecer os resultados da última junta médica e da peritagem feita ao doutor Adelino Salvado» ­- o (também) desembargador que se tornou conhecido por ter dirigido a Polícia Judiciária.

Vaz das Neves, porém, não está preocupado, como seria de esperar, com o bem-estar do seu colega na Relação de Lisboa e com a sua capacidade de bem julgar. Nada disso.

Invocando a qualidade de presidente daquela instância, o senhor desembargador Neves conclui o raciocínio: «… porque ele custa-nos dinheiro. Eu tenho de gerir o Tribunal da Relação e se ele for jubilado ou aposentado será menos uma despesa que o tribunal terá de suportar». Uma declaração que faz duvidar dos sentidos.

Ao jornal ainda não chegou qualquer desmentido, pelo que o jornalista teve, por certo, a mestria suficiente para bem retratar o que o juiz desembargador queria dizer.

Vaz das Neves não é um gestor profissional nomeado para administrar a Relação de Lisboa; é, antes, um magistrado.

E isso é que preocupa, pois o que se espera de alguém que decide sobre o bem dos outros é que tenha sentimentos, coração, entenda o que aflige e preocupa aqueles que julga.

Distanciamento, claro; frieza, quanto baste; conhecimento da realidade, o máximo possível; capacidade de entender, toda. Mas onde estão estas características em quem olha para a folha de salários antes de querer conhecer o veredicto de médicos sobre a sanidade física e mental de quem lhe está próximo. Afinal, há vida e justiça para lá do défice.


João Garcia

18:18 11 Janeiro 2006

- Comentário:


Infelizmente, nesta (in)justiça existe muitos Vaz das Neves, e não existem apenas nos tribunais superiores, em pequenso tribunais existem especies de seres como este, Caldas da Rainha, por exemplo, é sem sombra de dúvida, um habitat natural para Vaz´s Neves´s, praticam actos impróprios de quem pessoas (serão pessoas ?) cuja profissão exige ISENÇÃO e SABEDORIA (não apenas tecnica, mas Humana) e que têm de analisar, apreciar, acusar, arquivar, julgar VIDAS e depois criam climas horrorizantes, contra os proprios colegas, contra alguns funcinarios (sim porque existem "o meu/a minha" e os outros...), parece que se pretende fazer um saneamento pessoal, como podem calcular o ambiente que existe é tipo "Beirute", obviamente o menos o desejado para se poder produzir em quantidade e na qualidade que se exige, mas isso não conta nada, o que interessa é hostiliar as pessoas, faze-las sentirem-se perseguidas, etc... o mais curioso é que os mais incompetentes, são aqueles que são levados ao colo e colocados no "pedestral", mas isto e o Pais que temos, com as pessoas mesquinhas que "comandam", mas de uma coisa estou certo: "CÁ SE FAZEM, CÁ SE PAGAM!!" E com Juros, e NINGUEM PENSE QUE VAI TER ALGO DE BOM, FAZENDO MAL AOS OUTROS !!




quarta-feira, janeiro 11, 2006

Ter amizade...


Ter amizade...

Não é receber, é dar .
Não é magoar,é incentivar .

Não é descrer, é crer .
Não é criticar, é apoiar .

Não é ofender, é comprender .
Não é humilhar, é defender .

Não é julgar, é aceitar .
Não é esquecer, é perdoar .

Amizade... É simplesmente, amar!


(Z.K.Tlachova)

domingo, janeiro 08, 2006

«Poder político e judicial é cúmplice dos incendiários»


Acusa Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários. Declaração foi feita, em Fátima, durante uma homenagem aos colegas que perderam a vida nos incêndios de 2005

A Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV) acusou hoje os responsáveis políticos e judiciais de serem cúmplices dos incendiários na destruição das florestas portuguesas.


Durante a cerimónia de hoje em Fátima para homenagear os 13 bombeiros que morreram durante a época de combate aos fogos, Paulo Jesus, um dos fundadores da APBV, apontam a falta de empenho dos políticos e dos responsáveis judiciais como factores que facilitam o aumento de fogos.

"Se criminosos são os que incendeiam, cúmplices são os que criaram ou mantêm condições para que isso suceda", ou seja todos os que "tiveram responsabilidades governamentais, judiciais e em diversos organismos", afirmou Paulo Jesus, numa intervenção aplaudida pelos sócios que compareceram na cerimónia.

O desinvestimento nas Direcções de Florestas, o desordenamento na floresta (mesmo a que já ardeu recentemente), a falta de limpeza das matas ou os meios reduzidos foram alguns dos exemplos de más políticas seguidas em Portugal na opinião da APBV.

Por outro lado, "os que não aceitaram a pena máxima para os incendiários" e os que permitem a libertação dos suspeitos são também responsabilizados por este estado de coisas.

"Se há incêndios, há incendiários e há causas que possibilitam e até facilitam a sua acção", acusou Paulo Jesus.

Na sua opinião, "os responsáveis pela destruição da floresta portuguesa podem ser identificados, e deveriam sê-lo, para que a culpa não continue solteira em Portugal".

"A sua incompetência e negligência são tais, que a conivência com o crime é por demais evidente", acusou, lamentando que esses elementos não se sentem no "banco dos réus, respondendo quer pela destruição de bens e morte de pessoas quer pelo ataque ao património do Estado".

Para a APBV, a falta de investimento na protecção das florestas está a custar muito ao país quer em perda de património quer no aumento da desertificação do interior.

Por isso, um investimento substancial no ordenamento florestal e na prevenção de fogos iria ser benéfico para as contas públicas a curto-prazo, acrescentou Paulo Jesus
.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Pedofilia: deram a cara em defesa das vítimas da Casa Pia



Pedofilia: deram a cara em defesa das vítimas da Casa Pia

Indícios de perseguição

Jorge Godinho Felícia Cabrita teve de deixar o ‘Diário de Notícias’Pedro Namora, Felícia Cabrita e Manuela Moura Guedes são três personalidades que sempre defenderam as vítimas de abusos sexuais da Casa Pia. Três anos depois do escândalo ter sido tornado público, Pedro Namora foi despedido da Câmara Municipal de Odivelas (coordenava o gabinete de Turismo), Felícia Cabrita teve de deixar o ‘Diário de Notícias’ (trabalhava na revista ‘Grande Reportagem’) e Moura Guedes abandonou a apresentação do ‘Jornal Nacional’, da TVI.

Contactado pelo CM, o antigo casapiano confirmou que foi despedido da Câmara de Odivelas – presidida por Susana Amador (Partido Socialista) – mas fez questão de garantir que irá “continuar a dar a cara em defesa” dos jovens que foram abusados sexualmente na instituição que Pina Manique fundou no dia 3 de Julho de 1780.Já Felícia Cabrita não esconde que o processo Casa Pia pode estar relacionado com a sua saída do ‘Diário de Notícias’. “Fui eu que quis deixar o jornal, mas é minha convicção que, por tudo quanto escrevi relacionado com o processo de pedofilia, iria ser perseguida. Prova disso é que, quando fui tratar da rescisão, disseram-me que não me enquadrava no projecto para a nova revista que o ‘DN’ vai lançar”, disse ao CM a jornalista que, em Novembro de 2002 assinou no semanário ‘Expresso’ a peça que deu origem ao processo Casa Pia.Sem se deter, Felícia Cabrita acrescentou: “Antes de mim afastaram Joaquim Vieira da direcção da ‘Grande Reportagem’.

Acho que ele saiu por causa das crónicas que, sob o título de ‘O Polvo’, escreveu sobre os mandatos presidenciais de Mário Soares e por ter permitido a publicação de escutas do processo Casa Pia que envolviam dirigentes do PS. Demitir Joaquim Vieira de um dia para o outro foi altamente suspeito.”A jornalista salienta, ainda, estar convicta de que o poder político tentou “tirar” Catalina Pestana da Provedoria da Casa Pia, que está por detrás do “cerrado ataque” que tem sido feito ao procurador-geral da República, Souto Moura, e da saída de Manuela Moura Guedes da apresentação do principal bloco noticioso da TVI.

“No caso da dra. Catalina Pestana só a intervenção do Presidente da República, Jorge Sampaio, impediu que a afastassem da Casa Pia. Quanto a Manuela Moura Guedes é incompreensível o que se passou. Ela é a grande responsável pela brutal audiência do ‘Jornal Nacional’ e, a não ser que falemos em pressões políticas, o seu afastamento não tem qualquer lógica.

”Contactada também pelo CM, Manuela Moura Guedes não quis abordar as razões que a levaram a deixar a apresentação do ‘Jornal Nacional’ da TVI, mas observou que, em relação ao processo Casa Pia está de “consciência tranquila”. “Como sempre, no futuro estarei ao lado das vítimas, sejam elas vítimas da injustiça, da miséria, da fome, do ostracismo ou da pedofilia”, concluiu.

CASA INVADIDA ÀS SETE DA MANHÃ

António Caldeira foi processado por, no blogue Portugal Profundo, ter divulgado peças processuais do caso de pedofilia. O professor universitário diz que tal só aconteceu por sempre ter defendido as vítimas da Casa Pia: “Sinto que o poder judicial é instrumentalizado pelo poder político. Perdeu a sua autonomia e até deixou de ser um poder. Vi a minha casa invadida às sete da manhã. Ainda era de noite.

A casa de minha mãe também foi revistada à mesma hora. Nunca mais me esqueço do que fizeram a uma senhora de 78 anos, por causa do filho ter defendido as vítimas de pedofilia na Casa Pia. Nem nunca mais esquecerei o susto que vi nos olhos dos meus dois filhos menores”.E acrescentou: “Levaram-me o computador com a minha tese de doutoramento, que só devolveram passados sete meses. Sem mandado, revistaram o carro de minha mulher com ela e os meus filhos lá dentro.

Vasculharam e imprimiram a minha correspondência electrónica, apesar de a lei não autorizar a apreensão de correspondência para crimes com pena inferior a três anos de cadeia, que era o meu caso.”A concluir, António Caldeira reafirmou: “Fui alvo de uma perseguição política, por, alegadamente, ter desobedecido a um despacho judicial que estava em segredo de Justiça. No julgamento provei que não conhecia esse despacho. Só tomei conhecimento dele no dia da sentença que me absolveu do crime de desobediência simples”.