segunda-feira, novembro 28, 2005

Energias Renováveis

Energias Renováveis
Desde a Revolução Industrial iniciada nos finais do século XVIII, que o desenvolvimento económico é uma mescla de factores, muitos não controláveis pelos agentes económicos. Desde logo, o factor inovação tem sido desde o século XVIII a trave mestra do desenvolvimento.
No entanto, este é produto e refém, da criatividade humana, mas também do uso racional dos recursos naturais limitados.
Se nos séculos XVIII e XIX a industrialização foi sendo condicionada pelo carvão, hoje somos economicamente reféns do Petróleo. E se durante muitos anos o “ouro negro” era um custo residual na estrutura competitiva das Economias, desde os choques petrolíferos de 1973 e de 1979, que os governos acordaram para a necessidade de diminuir o peso das energias fósseis.
Nas últimas décadas, muitos estados ocidentais tem procurado diversificar as suas fontes energéticas, apostando nas energias renováveis (eólica, hidroeléctrica, geotermica), bem como na energia nuclear em alguns casos, perspectivando um aumento da racionalidade e eficiência do uso do petróleo. O que é certo, é que apesar de todos os esforços, a dependência face ao “ouro negro” continua excessiva. Acontece ainda, que a generalidade das regiões petrolíferas, como o Médio Oriente, a África Subsariana e a América Latina (Equador e Venezuela) tem vivido em constante instabilidade política, o que tem acentuado nos últimos tempos, a volatilidade dos preços do crude.
Como agravante o aumento da procura do crude por novos pólos de desenvolvimento, como a China ou a Índia, agudizaram ainda mais a instabilidade dos mercados. As economias ocidentais, entre as quais Portugal, têm vindo a ser afectadas por essa instabilidade recorrente, proporcionando momentos de recessão e dificuldades sucessivas no arranque da economia.
Se para a generalidade dos países da UE, o factor petróleo é um factor preocupante, para Portugal enquanto pequena economia excessivamente dependente do crude e com uma estrutura competitiva não muito saudável, este pode ser mortífero para as aspirações de crescimento económico tão premente, para se debelar o mal do déficit e das desigualdades sociais.Efectivamente, por cada dólar a mais no preço do barril de crude, a economia nacional sofre um impacto negativo de 110 milhões de dólares, estando aqui um dos fortes entraves ao debelar da crise.
Mas se é verdade que na formação do preço do crude nada podemos fazer, isso não quer dizer que devemos ficar de braços cruzados. Pelo contrário, muito se pode fazer, a começar por melhorar o grau de eficiência energética. No grau de Eficiência energética estamos nos últimos lugares do ranking da UE.
Em Portugal são necessários, 0,88 Barris de crude para produzir mil Euros de riqueza, enquanto na Espanha apenas são necessários 0,75, na Alemanha e França 0,44. Se não fomos abençoados por jazidas de petróleo, isso não quer dizer que sejamos totalmente desprovidos de fontes de energia.
De facto a natureza foi generosa para com Portugal. Portugal é dos países da Europa com mais horas de sol, tem uma imensa costa, recursos hídricos, pontos bem ventosos. Energia solar, energia das marés, energia eólica, energia hidroeléctrica, biomassa, biogás, podem e devem ser racionalmente explorados.
Ainda mais quando existe uma directiva comunitária que obriga os estados membros a produzirem até 2010 30% da sua electricidade através de energias renováveis.
Também nas Caldas da Rainha e noutros concelhos da região algo se pode fazer, nomeadamente em termos de energia eólica.
Porque não instalar parques eólicos no concelho, por exemplo nas freguesias da Serra do Bouro e da Foz do Arelho?
Ainda mais quando o actual governo tem um programa de incentivos para a energia eólica, estando garantido por lei que 2,5% do valor da venda de electricidade entra nos cofres das autarquias.
No âmbito do programa de Investimentos Prioritários, o governo prometeu recentemente um investimento de 2530 milhões de Euros para a construção de parques eólicos e clusters associados. Por que não agarrar esta oportunidade para o concelho?
artigo de opinião de :António Cipriano da Silva, in http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=10794

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