domingo, novembro 20, 2005

EXCERTO DE UMA RESPOSTA SOLICITADA A UM FUNCIONARIO PELA SRª PROCURADORA DE CIRCULO DE UMA COMARCA ALGURES EM PORTUGAL


No que me é solicitado no segundo ponto do oficio supra referenciado, devo confessar que tenho pensado bastante no assunto e quais as respostas ou soluções para os problemas que afectam os Serviços do Ministério Publico desta Comarca.

No meu entender e salvo melhor opinião, acho que os problemas existentes são os seguintes:

1º - o mais importante : as pessoas;

2º - o aumento considerável do volume de trabalho;

3º - o desadequado equipamento informático existente;

4º - o espaço físico dos serviços.


No diz respeito ao 1º ponto, as pessoas são a base para se realizar um bom trabalho e obter resultados positivos, não estatísticos, mas para a comunidade em geral e para o cidadão em particular, aquilo que nos é exigido é dar respostas aos problemas que o cidadão enfrenta. Muitas vezes temos de ser mais que “simples Oficias de Justiça”, temos de “perder” tempo para os ouvir, não nos podemos esquecer que, também eles, que nos pagam os nossos salários, pois que essa dita “perda” de tempo, pode ter consequências muito importantes para todos. Com essa “perda” de tempo, podemos impedir que se cometam mais crimes, com essa “perda” de tempo esclarecemos e elucidamos, o tal, cidadão; eu, peço desculpas por algumas vezes “perder” esse tempo, no entanto, antes de ser Oficial de Justiça, sou um cidadão e um ser Humano, que também já teve e vai tendo problemas e se não tivesse havido algumas pessoas a “perderem” o tempo delas, onde estaria eu hoje? O publico que se dirige a estes serviços tem o direito ao seu tempo, obviamente que todos nós devemos ter a capacidade de que essa “perda” de tempo não se materialize efectivamente em conversas descabidas e impróprias para as nossas funções, mas quero lembrar que para se poder responder, primeiro temos de ouvir.

Depois, existe uma crise de liderança, crise essa que se sente a diversos níveis, mas o que é a liderança? A liderança pode ser definida como um esforço de exercer conscientemente uma “influência” especialmente positiva dentro de um grupo no sentido de levá-lo a atingir determinadas metas de permanente beneficio para os serviços e para todos os que procuram a Justiça.

O líder deve, obrigatoriamente, para alem de ser competente, deve promover o espírito de grupo.

No entanto, ninguém pode ser obrigado a ser amigo de um colega de privar com ele, de partilhar a sua vida pessoal ou exteriorizar o que sente ou pensa, mas tem sempre de colaborar no sentido do que é melhor para todos.

O líder deve determinar metas/objectivos, mas baseá-los no que ele próprio faz, em vez de vinculá-las ao que espera que os outros façam.

O líder, deve defender o seu grupo de trabalho, promover a harmonia entre todos, deve ser imparcial, o 1º na lealdade e no cumprimento daquilo que lhe é determinado, deve ser justo, não pode nem deve promover a intriga o cinismo e a hipocrisia, não pode nem deve distorcer as palavras dos outros a seu belo prazer e para aquilo que no momento lhe for mais útil, o líder deve ainda promover a tolerância e compreender e aceitar as diferenças de cada um dentro do grupo, deve promover a motivação entre todos os elementos do grupo (Sr.ª Procuradora, infelizmente, tenho de dizer que me sinto bastante desmotivado...), deve enfatizar os pontos fortes e as virtudes do grupo em vez de enfatizar os “pecados” e as fraquezas, é sua obrigação ajudar a melhorar o profissionalismo de cada um dos elementos do grupo.

O líder deve ter autocontrole, sem ele o líder perde muito da sua eficiência e o respeito dos seus “seguidores”.

O líder tem de transmitir confiança.

Para terminar, esta casa precisa de um líder, a solução para os problemas está nas pessoas, assim torna-se muito complicado fazer justiça na casa dos outros, quando na nossa ela quase que não existe.


Com os melhores cumprimentos,


O Oficial de Justiça

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