sexta-feira, janeiro 20, 2006
Ambiente influencia mais o sucesso do que os genes
Especialista evocou os exemplos de Albert Einstein e da maratonista Rosa Mota para provar tese
O investigador Manuel Sobrinho Simões afirmou hoje, perante uma plateia de centenas de jovens, que as histórias de sucesso se devem muito mais ao ambiente do que as genes.
"A nossa evolução enquanto seres vivos é fundamentalmente resultado não dos nossos genes mas do nosso treino, educação e trabalho", disse Sobrinho Simões numa conferência organizada pelo Instituto de Investigação Interdisciplinar d a Universidade de Coimbra.
Falando para cerca de oito centenas de finalistas do ensino secundário, aquele professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto evocou os exemplos de Albert Einstein e da maratonista Rosa Mota para vincar que "as histórias de sucesso são muito mais por causa do ambiente do que dos genes".
"Se alguns de vós, os privilegiados, acham que têm umas características genéticas especiais, ou trabalham muito ou estão lixados", advertiu num dos vários momentos em que causou o riso da audiência.
Sobrinho Simões lembrou também um grupo de jovens do programa Ciência Viva, com quem trabalhou há dez anos, e que actualmente são profissionais de sucesso.
"São histórias de sucesso, não porque tinham um gene do sucesso mas por que trabalharam", sublinhou o director do Instituto de Patologia e Imunologia Mo lecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
Na conferência, intitulada "Genes e Ambiente: do Super-homem ao Popeye" , o investigador salientou também que "a grande maioria das doenças se devem, não a alterações genéticas mas ao estilo de vida" e que a influência do ambiente começa "muito cedo", ainda no período de gestação.
Segundo Sobrinho Simões, "em todas as doenças civilizacionais, como o cancro, a obesidade, a depressão, a SIDA e a tuberculose, há factores de susceptibilidade genética" mas prevalecem causas relacionadas com a alimentação, sedentarismo e stress profissional.
Já durante o período de resposta às perguntas da audiência, o docente, galardoado com o Prémio Pessoa, disse desconhecer qual a quota-parte do ambiente e dos genes nos génios precoces e ainda na homossexualidade.
A conferência foi a primeira do ciclo de colóquios "Despertar para a Ci ência", que conta com o patrocínio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian.
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