terça-feira, junho 12, 2007

Morgado acusa Pinto da Costa


2007/06/12 19:46
Cláudia Rosenbusch

Apito: MP decidiu levar arguidos do jogo FCP/Estrela da Amadora a julgamento. Depoimento de Carolina Salgado decisivo. Ex-companheira do presidente portista explicou que árbitros recebiam prostitutas para beneficiarem a equipa da casa

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A equipa de coordenação do processo «Apito Dourado» acusou Pinto da Costa pelo crime de corrupção desportiva activa no processo relativo ao jogo Futebol Clube do Porto/Estrela da Amadora.

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, além do presidente portista foram ainda acusados pelo crime de corrupção desportiva activa, o administrador da SAD, Reinaldo Teles, o empresário António Araújo e o árbitro Luís Lameira.

Os árbitros Jacinto Paixão, José Chilrito e Manuel Quadrado foram acusados pelo crime de corrupção desportiva passiva.

Em causa está o jogo da 19ª jornada da época 2003/04, realizado a 24 de Janeiro de 2004, envolvendo a alegada oferta de favores sexuais de prostitutas aos árbitros.

Em troca, os juízes da partida deveriam beneficiar a equipa da casa.

O presidente do FCP é acusado de, por si, ou por interposta pessoa, com o conhecimento e participação do empresário António Araújo e dos restantes arguidos, solicitar ao árbitro Jacinto Paixão, a prática de actos contrários às leis do jogo, a troco de favores sexuais de prostitutas bem como de valores pecuniários.

Depoimento de Carolina Salgado decisivo

O caso tinha sido arquivado pelo DIAP do Porto, em 2006, por falta de indícios, mas foi reaberto pela equipa da procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, a 16 de Janeiro deste ano, com base no testemunho de Carolina Salgado.

No depoimento que prestou, a ex-companheira de Pinto da Costa esclareceu que os termos «fruta», «fruta de dormir» e «café com leite», escutados nas conversas telefónicas entre os arguidos, respeitavam à contratação dos serviços de prostitutas para os árbitros da partida que, em contrapartida, actuariam em benefício do FCP.

Conseguiu, assim, o Ministério Público estabelecer «um nexo de causalidade» que faltava entre a oferta de prostitutas aos árbitros e a contrapartida de beneficiar a equipa azul e branca.

Além de ter referido que os serviços de prostituição serviam para arbitragens favoráveis ao FCP, Carolina Salgado acrescentou ainda que «os favores das arbitragens favoráveis eram pagos em dinheiro, sendo as meninas um complemento».

Recorde-se que já no livro «Eu, Carolina», publicado em Dezembro, a ex-companheira de Pinto da Costa denunciava que «o Araújo funcionava como uma ponte entre o Jorge Nuno, o Reinaldo e os árbitros, disponibilizando-lhes simpatias, tais como raparigas e outros bens, a que, em código, davam o nome de «fruta» e de «café com leite».

Segundo o Ministério Público, o propósito de beneficiar um clube, através da violação das leis do jogo e a troco de contrapartidas, preenche os elementos do crime, independentemente do resultado do jogo. Ainda assim, o FCP venceu a partida por 2-0.

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