sábado, outubro 27, 2007

A RTP E RODRIGUES DOS SANTOS


"Os acontecimentos mais recentes que envolveram a RTP, José Rodrigues dos Santos e o Público, com troca de acusações, processos disciplinares, são mais um lembrete da condição de servidão da RTP ao Governo. O presidente do conselho de administração fala do que aconteceu na sua "empresa" e com o seu "empregado", como se estivéssemos perante um mero problema laboral. A linguagem é enganadora porque se se trata de uma "empresa" então a cadeia hierárquica é outra, começa no verdadeiro presidente do conselho de administração, José Sócrates, primeiro-ministro; no administrador executivo, Santos Silva, ministro; e quando se chega ao topo da RTP estamos mais ao nível do director-geral, que depois decide as chefias mais abaixo, incluindo o cargo crucial de director de informação. Esta "empresa" não está no mercado como as outras, não depende da banca, nem dos accionistas, nem da bolsa, pratica concorrência desleal porque a sua existência depende do dinheiro do contribuinte distribuído generosamente pelo Orçamento de Estado, para garantir uma função que tem directa relevância para o poder político e é por ele controlada. A RTP é caríssima, mesmo em tempos de vacas magras como os de hoje, recebe uma fatia de dinheiros públicos pura e simplesmente gigantesca, o que revela bem o carácter estratégico da sua "posse" pelos Governos.". Pacheco Pereira, no Abrupto.

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