sexta-feira, julho 30, 2010

Young Entrepreneurs Networkers



Soube que a Universidade de Aveiro desenvolveu, em conjunto com a Câmara  Municipal ou a entidade gestora do seu Estádio (não sei detalhes e não encontrei informação em tempo útil), um concurso através do qual desafiou os estudantes a propor soluções de viabilização do referido Estádio. Não me deterei aqui sobre quem ganhou, concerteza com um excelente projecto, mas sobre a iniciativa. Tudo nela me soa bem!
Logo à partida, tem o mérito de colocar umas boas dezenas de jovens dedicados à criação de ideias, para um problema de solução difícil.

Promove-se o tão falado empreendorismo! Já agora, note-se que logo à entrada na escola, a criança começa a ser formatada para não ser nada empreendedora: o céu é sempre azul, as árvores são verdes, niguém conhece a imagem de deus ou do diabo, etc., etc. Depois, quando entram nas universidades tenta-se a todo o custo que sejam inovadoras, criativas, que corram riscos e lá voltam os jovens (que nunca mais serão tão criativos como aos 4 aos 5 ou aos 6 anos) a fazer mais um cursinho que os ajuda a promover o espírito empreendedor. (A este propósito Sir Ken Robinson é brilhante: vejam-se as suas conferências através de www.ted.com “Ideas Worth Spreading”.) Bom, os jovens começaram então a criar as suas soluções para o dito Estádio e assim surge o segundo grande mérito: o envolvimento da comunidade na solução dos seus próprios problemas, ao invés da tentativa de solução à porta fechada.

Sabemos também que muitos em conjunto pensam muito mais do que muitos individualmente, por isso, diz-se que o todo é maior que a soma das partes. Claro que dezenas de jovens a ter que pensar efectivamente sobre um problema (e não apenas criticá-lo na mesa do café), é muito mais produtivo e rentável do que meia dúzia de pareceres de individualidades de competência indiscutível. Para além de ser a “custo zero”.
Envolvida a comunidade, posta a universidade a pensar, o único risco que se corre é que de facto surja uma boa ideia. Parece que foi o que aconteceu! Parabéns Aveiro por esta iniciativa.“Nós por cá”, assistimos ao longe à novela UDL / Leirisport e aguardamos que uma solução seja encontrada, qual Rei D. Sebastião, em noite de nevoeiro. Não acredito que o D. Sebastião por aí ande mas menos ainda acredito numa solução milagrosa para o Estádio. E note-se que esta afirmação nada tem a ver com quem está ou não está na sua gestão: o problema do Estádio ultrapassa a capacidade de resolução das pessoas que nele estão envolvidadas. O problema do Estádio só pede soluções criativas, inovadoras, rentáveis, apelativas, mobilizadoras. Eu não as tenho mas acredito que muita gente tenha ideias interessantes que podem ser transformadas em projectos viáveis. Porque não copiar Aveiro?
Porquê é que temos que ser sempre nós a inventar aquilo que já foi inventado por outros? Porque não replicamos boas práticas? Porque estamos sempre à espera do nosso momento “Eureca” e não aproveitamos o dos outros?
Hoje em dia, parece-me que pouco há para inventar. Há sim projectos criados, testados, bem sucedidos, que devem ser replicados tanto quanto possível e respeitando as singularidades de cada cidade, de cada espaço, de cada comunidade.

A mim, não me chocava nada ver no jornal: “Vamos fazer o que os outros já fizeram” (ao contrário do P. Abrunhosa)! Desde que tenha sido bem feito! Porque não? O Conde de Sandwich inventou a sandes no Século XVIII (dizem...) e nós continuamos a comê-la!

Patrícia Ervilha


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