segunda-feira, novembro 28, 2005

Mulher supera homens no curso de sargentos


A segundo-sargento Ana Magina Pela primeira vez no curso de formação de sargentos do Exército, ministrado há já 32 anos, uma mulher foi classificada como o melhor aluno, tendo arrecadado três prémios escolares e ultrapassado os 75 colegas, entre os quais quatro do sexo feminino.

A segundo-sargento de Infantaria Ana Cristina Pinto Magina, de 24 anos, foi o aluno mais bem classificado do 32.º curso de formação de sargentos, ministrado na Escola de Sargentos do Exército (ESE), nas Caldas da Rainha.
O curso, que já formou mais de sete mil sargentos, admite desde 1992 a frequência de alunos do sexo feminino, mas é a primeira vez que uma mulher chega ao fim com a melhor nota (terminou com 16,99 valores), resultado da soma do mérito escolar com o desempenho físico.
Numa cerimónia presidida pelo comandante da Instrução do Exército, Ana Magina recebeu prémios por ter ficado em primeiro lugar no 32.º curso, um dos quais instituído pela Academia Geral Básica de Suboficiais de Espanha, e por ser a melhor na arma de Infantaria. Natural de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, a aluna concluiu o 12.º ano na área de Desporto e em vez de ingressar na universidade preferiu enveredar pelo meio castrense e concorreu à ESE. Foi seleccionada e fez o primeiro ano nesta escola e o segundo ano na Escola Prática de Infantaria (EPI), em Mafra.“Se a nota de mérito físico tivesse mais peso do que o mérito escolar, não atingiria o primeiro lugar”, admitiu a militar, considerando que o ano passado na EPI foi “muito puxado, porque a componente física esteve sempre muito presente”.A segundo-sargento vai agora entrar no quadro permanente do Exército, ficando como instrutora do módulo de morteiros da EPI.Maximino Magina, pai da militar, disse sentir-se muito orgulhoso e reconheceu que a sua vontade era que a filha estudasse na área civil, já que na família não há outros militares de carreira. “Mas ela está lá porque gosta” e agora “vai meter o pessoal a alinhar pela tropa”, afirma.A mãe da aluna, Emília Magina, disse que “valeu a pena o sacrifício”, fazendo notar que a filha tem “levado para casa as ‘medalhas’ das dificuldades da vida militar, como as nódoas negras que vão aparecendo”.
Francisco Gomes (Caldas da Rainha)

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