sábado, novembro 12, 2005

tamanho é documento ? ser-se anão...

Segundo nossa colunista, parece que sim. Os anões comem o pão que o diabo amassou só por serem baixinhos.

Você sabia que é no nosso primeiro ano de vida que mais aprendemos? Lembro-me até hoje de ter estudado sobre isso nas aulas de desenvolvimento infantil do meu curso de psicologia.

É como se a memória da criança fosse um papel em branco que começa a ser preenchido aí, no primeiro aniversário. Ou seja, um marco zero de informações configurando o maior impacto da existência.

Pois eu acho que já vivi esse primeiro ano mais de uma vez. Depois do meu acidente, comecei do princípio: respirar, comer, dormir, falar, sentar, fazer xixi, cocô, andar, tomar banho, transar...

Agora, estou tendo a mesma sensação de começo. Só que dessa vez estou aprendendo a enxergar o coletivo: conhecendo as reais necessidades da população e como o poder público lida com cada uma delas.

Recentemente me deparei com uma situação que merece atenção. Convivi de perto com umas “pessoinhas pequenas”, mas de alma poderosa: os anões. Embora pouca gente saiba a cada 25 mil partos nasce um anão. E a realidade deles é dura, muito dura. Até alguns meses eles nem eram considerados deficientes físicos, estando fora da legislação e exclusos de qualquer grupo reivindicador. Segundo o único médico brasileiro especialista no assunto, João Tomazzelli, esse público tem o maior índice de suicídio entre os deficientes. Eles se sentem totalmente esquecidos pela sociedade.

Dizem que quando são lembrados, geralmente, protagonizam piadas. Quando aparecem em programas de televisão, como é o caso do Pânico na TV, viram chacota – e assistem ao retrocesso no árduo processo de inclusão. Programas como esse, aliás, só fomentam a agressividade e ridicularizam as pessoas com essa deficiência. Conheci alguns deles que, passando na rua, tomaram uma pancada na cabeça seguida de um “Pedala Robinho”. Só para esclarecer: existem mais de 100 tipos de nanismo (displasias esqueléticas) e o mais comum é a acondroplasia, uma mutação do fator de crescimento, cuja causa é desconhecida pela medicina.

Gostaria de perguntar: onde está o poder público/politico/social que não enxerga os anões? Ninguém prevê mobiliário para essas pessoas.

O anão sentado está sempre com os pés pendurados. Se o caixa eletrônico for, milagrosamente, idealizado para cadeirantes, o anão não alcança por que tem braço curto. Não existe botoeira de elevador que eles alcancem. Têm que ficar pulando.

Balcão de bar não preciso nem comentar. Ainda mais impossível é imaginar um barman anão. Outro dia conheci uma enfermeira anã chamada Kenia. Ela teve muita dificuldade de conseguir o seu emprego, porque os profissionais dos hospitais não acreditavam que ela podia exercer a sua profissão.

Ela é esposa do Hélio, presidente da Associação Gente Pequena. Os dois são casados e tiveram uma filha anã que impressiona pela beleza. Essa associação é a única no Brasil. Hoje tem 600 associados. Acredita-se que o número de anões brasileiros perfaça dez mil. Não dá para esquecer...

Não dá para querer ser bacana, de alma grande, ignorando o mundo a nossa volta.

Mara Gabrilli, 37 anos, é publicitária, psicóloga e secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Fundou a ONG Projeto Próximo Passo (PPP), é tetraplégica e foi Trip Girl na Trip #82. Seu e-mail:
maragab@uol.com.br

- obviamente que a maior parte das pessoas não consegue imaginar as dificuldades que uma pessoa anã enfrenta diariamente, tal como é referido no artigo, Eu, tenho 1,10cm de altura, tentem imaginar, e até podem experimentar basta porem-se de joelhos, e irão aperceber-se que esta "sociedade" não está feita nem devidamente preparada para "pessoas diferentes", no entanto cá estamos na e para a luta do dia á dia.
Muitas das vezes já achamos tudo, ou quase tudo, normal, mas existem algumas coisas que não admitimos, ou seja : NÃO ADMITIMOS QUE DUVIVEM DA NOSSA CAPACIDADE DE TRABALHO, QUE PENSEM QUE SOMOS "INFERIORES" AOS APELIDADOS DE "NORMAIS"; NÃO PENSEM QUE POR SERMOS MAIS BAIXOS, QUE NOS PODEM IGNORAR OU JULGAR-NOS INCAPAZES, ESSE SERÁ UM GRANDE ERRO/INJUSTIÇA DA VOSSA PARTE.
Por ter caracteristicas fisicas diferentes, ao logo da minha vida, foi desenvolvendo "formas" de protecção propria e de estar na vida, muitas vezes podem ser mal intrepretadas mas, têm de concordar que a nossa vivencia/experiencia/dificuldades/desafios acaba por ser um pouco diferente da vossa. Temos inumeros obstaculos pela frente, desde a necessaria adpatação da nossa parte á realidade, ou seja, ao "vosso" mundo; temos a discriminação que, tantas vezes, somos vitimas; estas factores criam insegurança e instabelidade emocinal, e colocamos tantas perguntas : será que sou capaz ?; será que consigo um trabalho ?; mas quem me dará uma oportinidade ?; será que vou conquistar alguem que me aceite e me ame tal como sou, e construir uma familia ?; depois quando se consegue uma oportunidade, eu por exemplo, sinto uma extrema necessidade de ser tão bom como qualquer um (de preferencia ser ainda melhor, é parvo e demosntra, ainda, alguma insegurança e instabelidade da minha parte, mas ainda não consegui sentir-me completamente seguro e satisfeito como a minha produtividade e vida). E mais uma serie de coisas, que nos afectam diariamente, posso dizer que a minha base é a familia e os amigos, sim muitas vezes mais os amigos, não, por não ter todo o apoio e amor familiar, mas os amigos, os verdadeiros, consegue ser menos emotivos, mais racionais... sem sombra de duvida os amigos têm um papel na minha vida preponderante, no entanto, espero nunca ter a necessidade de saber e sentir quem é mesmo amigo, quem está disposto a sacrificar algo em prol da minha pessoa... na verdade já tive em caso deste tipo, o meu querido amigo Antonio Alves e colega de profissão, ele já abdicou de uma coisa tão importante e fundamental que é a familia, p local de trablho dele é a uns milhares de km da familia, eu estava apssar um momento muito feliz e ao mesmo tempo muito dificil, e ele em vês de ir ter com a mulher e os filhos, que já não via á uma serie de meses, ao ver a minha situação, optou, por ficar mais tempo longe da familia (durante o seu periodo de ferias do natal) para ficar a apoiar-me...já provou a sua amizade bem de dentro do coração, aqui fica um simples e singelo abraço carregado de muito sentimento e apreço. Somos irmão de vida, amigo.

5 comentários:

  1. Ó RAPAZ!
    tu deixa-te lá de coisas! Mas que precisas tu de provar aos outros?
    Cá para mim tens tanto a provar como eu, no alto do meu metro e sessenta e nove. O que tens mesmo que provar é a ti próprio que tens que te deixar desses complexos de inferioridade. Ouviste bem "fasquinho de veneno","minorquinha", "caramelo" e outros mimos com que carinhosamente e dia a dia me saiem quando, na brincadeira e cara a cara, me meto contigo.
    Tu és um Homem GRANDE. Convence-te disso, Porra!
    E já agora convence-te também que tens que ter mais atenção aos erros ortográficos. (gostaste desta?)

    Nós gostamos de ti assim como és e não por passares e teres passado mais ou menos dificuldades na vida.
    Daqui a uns anos vais perguntar ao David e ele vai dizer-te que és "o maior pai do mundo".
    Hoje não dá para mais. As dores venceram a minha capacidade de raciocínio. ESTOU DESESPERADA!

    Um beijo para ti
    Eva

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  2. Ref.: Acondroplasia

    Boa tarde.

    Meu nome é Dênia Virginia, e sou estudante de psicologia da Universidade de Guarulhos.

    Estamos fazendo um trabalho sobre pessoas portadoras de Acondroplasia. Estou muito sensibilizada, e gostaria de ir a fundo nesta pesquisa. Quero conhecer e falar com pessoas como você. Acredito que um trabalho bem feito pode ser divulgado e com isso cativar mais pessoas e até mesmo mudar a visão da sociedade.

    Gostei muito de seu comentário referente à coluna da Mara Gabrilli, na Revista TPM.

    Sei que pessoas como você sofrem muita discriminação. Que na vida cotidiana nada é planejado nem pensando para vocês.

    Gostaria de saber mais sobre você.

    Seu nome, onde trabalha, onde mora, se tem esposa e filhos?

    Alguma vez fez um exame que diagnosticasse sua doença? ( Nanismo-acondroplástico ou Acondroplasia)
    Seus pais são portadores de acondroplasia, ou você é o único na família?

    Você se considera um “deficiente físico”? Apesar de usa estatura você é uma pessoa normal, que anda, fala, trabalha ... etc.

    Você acha que o termo “deficiente” se enquadra a pessoas com você?

    Será que governantes não se preocupam com as pessoas de baixa estatura por considera-las pessoas normais?

    No texto diz que até pouco tempo atrás vocês não eram considerados deficientes físicos.
    O que mudou em sua vida com relação a isso?

    Existe algum tipo de lei que inclua pessoas como você no muito social e profissional?

    Em sua mensagem você diz que seu apoio está na família e nos amigos. Você já procurou ajuda profissional? Exemplo: Médicos, psicólogos, associações, etc.

    Gostaria muito que você me respondesse.
    Sua ajuda será de grande valor em nosso trabalho.

    Aguardo retorno

    Dênia (11)6447-0101 deniavirginia@uol.com.br

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  3. Olá!

    Sou Érica Rodrigues, sou estudante de tecnologia em móveis, da universidade federal tecnologica do paraná e estou escrevendo meu trabalho de conclusão de curso, gostaria muito de ter maiores informações de como vocês usam os móveis, se existe algum tipo de adaptação ou algo do gênero!
    Desde já muito abrigada pela atenção!
    Aguardo retorno
    erica.ar@gmail.com

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  4. OI, meu nome é Itamara Magalhaes tenho 1,10 também e sei tudo o que voce esta falando . Passo diariamente por todas as situaçoes citadas e toda vez que vou dormir me considero uma guerreira. Antes te ter qualquer pessoa como ícone e exemplo eu me tenho - e talvez isso soe como prepotencia- mas admiro estar conseguindo sobreviver nesse mundo que cada vez é mais excludente, mesquinho e estereotipado. Enfim´, só podemos mostrar que o "tamanho nao é ddocumento" se nos aceitarmos e nao ficarmos vivendo para ter que agradar nem se se sobressair.È deixar os nossos preconceitos de lado para administar o preconceito que vão nos imbutir.

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  5. ola a todos sou mae de um menino com acondroplasia,concordo que teem que ultrapassar muitos obstaculos,mas com o apoio de vido acredito que sejam ultrapassados,meu filho e um menini ,alegre,divertido,muito sociavel,brincalhao,para ele ter acondroplasia e algo banal.lida muito bem com isso,

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