quinta-feira, maio 25, 2006

«Envelope 9»: telefonemas na libertação de Pedroso


«Envelope 9»: telefonemas na libertação de Pedroso
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2006/05/24 20:11
Patrícia Pires

Advogado de Bibi diz haver chamadas da Presidência da República para um desembargador que «libertou» Pedroso

O «Envelope 9» terá uma relação de telefonemas, no dia em que Paulo Pedroso foi libertado, efectuadas do gabinete da Presidência da República para um dos desembargadores que assinou o acórdão de «libertação» do ex-deputado socialista.

José Maria Martins, advogado de «Bibi», requereu que fosse enviado um registo para a Procuradoria-Geral da República «para ser averiguado um eventual crime de tráfico de influências».

Já durante a sessão do julgamento da Casa Pia, a inspectora da Polícia Judiciária (PJ), Rosa Mota, admitiu ter verificado «algumas falhas» na investigação por parte do Ministério Público.
Quando Rosa Mota esteve à frente da 2ª seccção da PJ, responsável por «abusos sexuais e tráfico de seres humanos», em Janeiro de 2002, existia uma queixa contra Carlos Silvino.
Mais tarde, surgiu uma segunda denúncia também contra «Bibi». Os dois processos terão sido investigados de forma separada e, após conclusão, enviados para o Ministério Público.
Só depois da notícia publicada em Novembro de 2002, sobre centenas de crianças abusadas na Casa Pia de Lisboa, se deu início a uma nova investigação.
Após a publicação da notícia choveram telefonemas e cartas na PJ com informações. A instituição foi contactada e verificou-se «abertura e colaboração» por parte da provedora nomeada por Bagão Félix, Catalina Pestana.
O inquérito foi tomando forma, mas cedo a equipa de investigadores percebeu «não estar perante um processo normal». Recorde-se que o processo tem mais de 30 vítimas, mas apenas uma parte das testemunhas acusa mais que um arguido de abuso sexual. A maioria apenas refere Carlos Silvino.
O braço direito de Silvino entregou à PJ «documentos» relativos ao processo que ajudaram nas investigações. «Os papéis ficaram à nossa guarda, porque o quarto do jovem era arrombado muitas vezes».
Rosa Mota confessou ainda que fez investigações por conta própria, quando não percebia os testemunhos dos miúdos. «E ia aos locais para tentar perceber», explica. (infelizmente está Senhora Inspectora está "tramada", mas è um exemplo a seguir por todas (os) aqueles que ainda conseguem acreditar na verdade da justiça, - para alem de que fez aquilo que os Magistrados deviam fazer, mas preferem deixar os seus cús sentados nas cadeiras e por outros lados, menos a IREM INVESTIGAR NO TERRENO, ali ao lado das policias, certamente os resultados eriam outros e muitos Magistrados teriam uma oportunidade, única, da vida deles em conhecerem o "mundo real, a vida real" que para lá das paredes dos gabinetes, das salas de audiências, para lá das paredes dos tribunais existe um " mundo" - da minha parte quero deixar-lhe a minha vénia ao seu profissionalismo e às qualidades humanis, que por certo SÓ pode ter, tem nome de campeã e fez bem juz a ele, e isto caros amigos è uma pequena coisa que se sabe, por na verdade existe, como ela diz, um mundo terrivel de pedofilia, de jogos de interesses politicos, economicos e outros que nem sonhamos...)
A inspectora estranhou, por exemplo, «as duas entradas do prédio das Forças Armadas de que os rapazes falavam. Entrei por uma porta e saí pela outra. Ninguém deu por mim», recorda.
O álbum de fotografias que era mostrado aos miúdos, para identificar potenciais pedófilos, foi elaborado de forma aleatória. «Só sabíamos que se tratava de um grupo de figuras públicas e políticos de renome. Fomos à Internet, aos jornais e às revistas. Fizemos recortes e fomos elaborando o álbum».
A credibilidade dos jovens foi construída pelos seus depoimentos, coincidências e pequenas discrepâncias. «Se tiver 10, 20 ou 30 pessoas a contarem-me a mesma história, exactamente da mesma maneira, eu de certeza que ia duvidar deles. Isso não aconteceu aqui».

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