sexta-feira, outubro 19, 2007

Protesto contra política económica e social em Portugal

Milhares de manifestantes desfilam em Lisboa



Manuel de Almeida / Lusa

Trabalhadores portugueses protestam em LisboaMilhares de trabalhadores de todo o país manifestaram-se esta quinta-feira, em Lisboa, contra a política económica e social em Portugal e em defesa de uma Europa com direitos sociais e emprego. A CGTP apontou para uma participação de 200 mil pessoas, naquela que foi considerada a maior manifestação dos últimos 20 anos.

"Viemos aqui lutar por uma Europa social", afirmou Carvalho da Silva, dirigente da CGTP. "O Governo vai continuar a dizer que não ouve os protestos dos trabalhadores, mas é uma questão de resistirmos", sublinhou o líder sindical. No manifesto da intersindical, a CGTP justifica que o protesto é contra a flexibilidade sem segurança, a desprotecção dos trabalhadores, o aumento da precariedade, a facilidade no despedimento, a redução dos salários reais e a limitação da acção dos sindicatos.Por outro lado, o estrutura sindical defende a promoção da negociação colectiva, o combate ao desemprego, o direito à formação, a igualdade no trabalho, o respeito pelos direitos dos trabalhadores, melhor segurança social, saúde e educação e maior justiça fiscal.
À hora que os trabalhadores portugueses se concentravam, José Sócrates, presidente em exercício da União Europeia (UE), anunciava um acordo entre os representantes das confederações patronais e sindicais da Europa em torno da modernização do mercado de trabalho e dos princípios da “flexigurança”.Durante o percurso, entre os Olivais e o Parque das Nações, os milhares de manifestantes gritaram palavras de ordem contra a política governamental, nomeadamente “Direitos sindicais sim, repressão não”, “É preciso, é urgente uma política diferente”, ou ainda “Emprego de qualidade, não à precariedade”.
A manifestação, convocada pela CGTP, seguiu animada por bombos e cabeçudos.À frente do protesto, os líderes da CGTP seguravam uma faixa onde se podia ler “Por uma Europa Social” – escrito em português e inglês, para que todos os líderes europeus percebam as reivindicações.Os trabalhadores portugueses exigem ainda que “qualquer que seja o Tratado, deve ser referendado”.Apesar do número de participantes avançado pela CGTP, a polícia estimou que estivessem presentes no protesto cerca de 150 mil participantes.

Sem comentários:

Enviar um comentário