sexta-feira, outubro 05, 2007

«Sócrates escuta, polícias estão em luta»

2007/10/01 22:44 Cláudia Lima da Costa

Veja o vídeo: situação põe em causa democracia. Manif juntou milhares

"«Sócrates escuta, polícias estão em luta»";
Fotografias
Vídeo:
PSP em protesto
MAIS:
Quanto custa uma manifestação?
Porque se matam os polícias?

O representante sindical da Dinamarca, Claus Redder Madsen, que esta segunda-feira participou na marcha de descontentamento dos agentes da PSP, em Lisboa, considerou que a situação dos polícias portugueses é «séria» e que democracia fica «ferida» quando a negociação sindical não é reconhecida.

Em declarações ao PortugaDiário o secretário-geral do sindicato da Polícia Nórdica explicou porque era importante a presença internacional nesta manifestação: «Estamos aqui em representação porque consideramos que a situação em Portugal é muito séria. Obviamente o Governo não quer negociar para reconhecer os sindicatos. E isso do nosso ponto de vista é um desenvolvimento muito sério numa democracia».

Claus Redder Madsen explicou as diferenças que existem entre os dois países. «Na Dinamarca é muito diferente. Nós negociamos com o ministro da Justiça sempre que temos problemas e quase sempre encontramos uma solução. Nós somos ouvidos e por isso consideramos que o problema em Portugal é sério».

A EuroCop, Confederação Europeia de Polícias, trouxe a este protesto membros de 26 países, como a Bélgica, Dinamarca, Grécia ou Espanha.

«Sócrates escuta, os polícias estão em luta»

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) organizou esta segunda-feira um protesto que juntou mais de 2500 mil agentes da PSP. A marcha marcada para as 17h, na Gare do Oriente, no Parque das Nações, começou já perto das 19 h e encheu a estrada que separa a estação do centro comercial Vasco da Gama. Ao som de «Sócrates escuta, os polícias estão em luta» ou «Sócrates tem atenção os polícias têm razão» o protesto decorreu sem qualquer incidente, observado de perto pelos colegas em trabalho.

O Governo foi também o principal alvo do discurso de encerramento da manifestação de polícias em Lisboa, sendo o nome do primeiro-ministro o mais pronunciado pelos manifestantes durante o desfile no Parque das Nações.

«Se este Governo fosse tão rápido a resolver ou a encontrar soluções com vista a resolver os nossos problemas, como o foi a cortar os nosso direitos como medida economicista, teríamos hoje, com toda a certeza, uma polícia a funcionar a cem por cento», disse Paulo Rodrigues no discurso que leu junto à Gare do Oriente.

«Base negociação»
A falta de um horário de trabalho, as carreiras congeladas e os cortes na saúde construíram o top das revindicações. No entanto, o que a ASPP pretende atingir com este protesto é uma «base de negociação».

«Os polícias são chamados, mas não são ouvidos. Entregamos propostas alternativas às politicas do Governo, no entanto, não foram discutidas», disse Paulo Rodrigues, presidente do ASPP, que no final disse estar convencido que, depois desta manifestação, o ministro da Administração Interna «vai mudar de política» em relação à polícia. O líder da ASPP disse estar mais confiante na capacidade de diálogo de Rui Pereira do que na do seu antecessor, António Costa.
Além de outros três sindicatos da PSP - Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) e Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP) - os polícias receberam ainda a solidariedade das estruturas sindicais representativas dos magistrados do Ministério Público, Polícia Judiciária, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e Guarda Prisional, bem como associações representativas da GNR, dos sargentos e da Polícia Marítima.

Sem comentários:

Enviar um comentário