Candidato quer um plano aberto para ser desenvolvido com os cidadãos
Passos Coelho apresenta carta de 10 princípios e programa a desenvolver
27.04.2008 - 16h54 Lusa
O candidato a presidente do PSD Pedro Passos Coelho vai apresentar terça-feira uma carta com os dez princípios essenciais da sua candidatura e está a preparar um programa estratégico aberto, para ser desenvolvido com os cidadãos.
Rita Marques Guedes, que está a coordenar a elaboração dos documentos, sublinhou que o programa define "os princípios estratégicos de Portugal para a próxima década", mas sem "conteúdos exaustivos, acabados à vírgula e ao pormenor".
"É um programa aberto, que quer envolver a sociedade civil", justificou, acrescentando que se a candidatura de Pedro Passos Coelho vencer as eleições directas para a liderança do PSD "as linhas estratégicas para cada um dos sectores vão ser discutidas publicamente, para serem desenvolvidas e densificadas".
Rita Marques Guedes disse que isso é feito em nome do princípio da "responsabilidade colectiva" e do "envolvimento da sociedade civil".
"O objectivo é juntar as pessoas à volta daquelas linhas estratégicas, envolver para gerar motivação e combater o distanciamento entre a actividade política e a sociedade civil", reforçou.
A carta de princípios que vai ser apresentada na terça-feira é "a matriz constitutiva da candidatura, que enquadra o programa", referiu Rita Marques Guedes.Estão a participar na elaboração do programa da candidatura de Passos Coelho, entre outros, o economista António Nogueira Leite e os deputados do PSD Miguel Relvas e António Almeida Henriques, adiantou.
A coordenadora do programa salientou que a candidatura de Pedro Passos Coelho quer "continuar a discutir ideias e não pessoas".Manuela Aguiar apoia a "coragem serena" do candidatoA ex-deputada social-democrata Manuela Aguiar afirmou hoje que Pedro Passos Coelho "é o melhor líder para o PSD", elogiando a sua "coragem serena" e o discurso consistente aliado à credibilidade, que o distinguem da maioria dos políticos portugueses.
"É uma pessoa em quem acredito absolutamente.
Aprecio a forma como faz política e que é muito rara em Portugal", declarou a antiga secretária de Estado das Comunidades.
Manuela Aguiar descreveu Pedro Passo Coelho como um homem "muito ponderado" e com experiência, seguro de si, "mas não arrogante", com ideias "firmes e assentes".
"É um corredor de fundo, que não pratica aqueles vícios portugueses da demagogia e do tacticismo".
Questionada sobre a situação actual do PSD, reconheceu que o facto de ser necessário convocar novas eleições para a liderança do partido num intervalo de apenas seis meses, comprova que "há no partido conflitos internos e uma postura de pôr tudo em causa que tem sido prejudicial" ao PSD.
A ex-deputada entende que Pedro Passo Coelho se soube manter à margem desses conflitos e soube afirmar as suas ideias "sem guerras pessoais e respeitando o veredicto das eleições".
"[Pedro Passo Coelho] não permitiu que o seu projecto de futuro interferisse no trabalho que Luís Filipe Menezes e a sua equipa procuravam levar a cabo no partido", sublinhou.
Para Manuela Aguiar, a "esperança" é a principal tónica do programa do antigo líder da JSD e é também uma questão que a afasta de outros candidatos como Manuela Ferreira Leite. "
A sua política no domínio fiscal e financeiro não nos restituiu a esperança de levar Portugal a sair do impasse em que está", considerou, lembrando que é preciso um discurso consistente, mas que também contam a credibilidade e o passado de quem o faz.
Manuela Aguiar foi secretária de Estado das Comunidades pela primeira vez em Janeiro de 1980 no VI Governo Constitucional presidido por Sá Carneiro, retomando as mesmas funções noutros governos posteriores.
Além de ter sido eleita deputada pelo círculo da Europa (1985), Porto (1987) e Aveiro (1991), ficou conhecida, sobretudo, como deputada pelo círculo Fora da Europa, onde foi eleita em 1995, 1999 e 2002.
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