O mais recente partido político português chama-se Movimento Mérito e Sociedade (MMS) e será formalizado terça-feira com a entrega de mais de oito mil assinaturas no Tribunal Constitucional, revelou esta quarta-feira o líder da nova força política, Eduardo Correia.
«Vamos entregar todo o processo para a formalização do MMS como partido político, terça-feira, às 14h30, no Tribunal Constitucional», afirmou Eduardo Correia, em declarações à Lusa, no Porto.
Segundo o líder do MMS, «infelizmente, há necessidade de mais uma força política em Portugal porque o espaço de governação orientada para a qualidade de vida está vazio».
«É possível fazer muito melhor por Portugal», frisou, acrescentando que «os portugueses protagonizam casos de sucesso nas mais diversas áreas no estrangeiro, pelo que não há razão nenhuma para serem constantemente ultrapassados por países que estavam atrás de nós».
Por essa razão, Eduardo Correia defendeu a necessidade de uma «revolução inteligente» no modo de governação do país.
«Não se pode continuar a admitir que os políticos estejam tão desligados das promessas que fazem na campanha eleitoral», afirmou Eduardo Correia, considerando ser necessária uma «democracia mais responsável».
Esse objectivo passa, salientou, por várias medidas, entre as quais a importância da alteração da legislação eleitoral para que os deputados passem a ser eleitos em círculos uninominais.
Por outro lado, Eduardo Correia defendeu que «é preciso acabar com a bactéria política que é a disciplina partidária».
«Os deputados não representam partidos, mas os cidadãos que os elegem», frisou.
O líder da nova formação política defendeu ainda que «os partidos que concorrem às eleições legislativas para formar Governo» devem apresentar a sua equipa ministerial durante a campanha eleitoral.
«Os eleitores devem conhecer os nomes que se responsabilizam pelo programa que o partido apresenta na campanha eleitoral», afirmou.
Eduardo Correia assegurou que o MMS «vai fazer tudo» para se apresentar ao eleitorado nas legislativas de 2009, mas escusou-se a definir qual será a meta eleitoral do partido.
«Somos todos novos nesta vida, nunca nenhum de nós fez política, mas somos pessoas de convicções», frisou.
O professor universitário Eduardo Correia pretende formar, até final deste ano, um novo partido político, o Manifesto Mérito e Sociedade (MMS), que promete transformar Portugal num país mais eficiente e economicamente competitivo a nível europeu.
Nem de esquerda, nem de direita, o MMS pretende captar o eleitorado português no geral, porque «Portugal tem que ser uma equipa inteira, como mostrou ser no pós-25 de Abril», adianta o responsável à Lusa.
Critico de José Sócrates, o professor no ISCTE classifica o actual Governo como «igualmente fraco», em relação aos últimos três ou quatro governos do país, pois a realidade portuguesa continua a ser idêntica ao que era, por exemplo, no Governo de António Guterres.
A ideia de formar um partido surgiu depois da apresentação de um documento, cujo título viria a ser adoptado como nome do futuro partido, onde o professor de «marketing» faz «o diagnóstico da situação do país e propõe medidas para melhorar a cidadania».
Inicialmente, o objectivo passava por fazer chegar as conclusões do manifesto aos maiores partidos nacionais, no entanto, a natureza de algumas propostas tornava claro que o documento não iria ser bem aceite.
«Como a lei portuguesa obriga à formação de uma lista para candidatura à Assembleia da República, ainda que se trate de candidatos independentes», a única solução possível passou a ser a formação de um novo partido político, diz Eduardo Correia.
Despolitização da Administração Pública e o emagrecimento da máquina estatal são algumas das reformas que o MMS pretende levar a cabo, nomeadamente através da redução do número de câmaras municipais e da eleição de deputados por círculos uninominais, com acerto relativo à percentagem de votos globais, de forma a garantir que todos os votos tenham o mesmo valor.
O MMS pretende ser uma opção de voto para os portugueses já nas próximas eleições legislativas e europeias.
Uma candidatura às autárquicas está para já posta de lado, pois, de acordo com Eduardo Correia, «o modelo de funcionamento autárquico não se adequa ao MMS», pelo que a candidatura deste partido não seria «legítima», nem «intelectualmente honesta».
Questionado quanto à possibilidade de coligações com outros partidos, o professor adianta que «é difícil fazer futurologia», admitindo no entanto, que esta será uma realidade muito pouco provável, porque o MMS propõe «alterações estruturais que não se compatibilizam com nenhum dos partidos existentes em Portugal».
Para já, o MMS encontra-se a recolher as 7500 assinaturas necessárias para a formação do partido, processo que se iniciou no passado mês de Setembro e que «todos os dias recebe novos apoios», o que leva o professor a acreditar que, até ao fim do ano, o objectivo será cumprido.
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