sexta-feira, julho 18, 2008

Os bancos são pouco claros na forma como lidam com os clientes e isso pode prejudicar as contas de muitos portugueses ao fim do mês.É essa a conclusão da Associação para o Posicionamento Estratégico e Financeiro (APEFI), responsável pelo Portal da Poupança, que dá aconselhamento financeiro e quer ajudar a gerir as dívidas de todos os interessados, sem quaisquer fins lucrativos.

«Há falta de clareza bancária. Ir ao banco não é ter um aconselhamento independente porque todos os bancos têm os seus objectivos comerciais e, para os cumprir, são disponibilizados certos produtos que, por vezes, não são os mais adequados ao cliente», refere à «Agência Financeira» o membro da direcção da APEFI, João Martins.

Dos cerca de 1.500 visitantes do Portal da Poupança que solicitaram uma análise gratuita ou subscreveram a «newsletter» da associação, a grande maioria pede apoio sobre como lidar com os créditos. «Temos de tudo: desde pessoas que estão sobreendividadas e que não sabem o que fazer, a pessoas que querem saber simplesmente se podem poupar nos créditos ou outras que pretendem endividar-se de forma mais inteligente», refere João Martins.

Além de aconselhamento jurídico e análises gratuitas, a APEFI dá «workshops» sobre matérias como «A inflação que lhe interessa» ou «A crise que aí vem» por entender «que existem falhas de informação e, muitas vezes, deliberadas».

Cuidado com a consolidação de créditos
A APEFI avança também que «a moda da consolidação dos créditos», que resulta em «liquidação de créditos dispersos de curto e médio prazo e torná-los num único crédito de longo prazo», é pouco aconselhável. «O que costuma acontecer é que uma pessoa que tinha uma dívida que estava com dois anos passa a ter uma de 30 anos», explica o membro da APEFI.
E como procurar outra solução?
Segundo a associação, uma «consolidação inteligente» passa por, além da consolidação, «parte da poupança adquirida com a mudança ser usada para, no final do ano, abater sobre a dívida principal». A APEFI criou um acordo com um banco «para, nestes casos, não cobrar as despesas de amortização antecipadas, ou seja, sem tarifas escondidas, que sejam incómodas». Mas, sublinha, nada que comprometa a independência da associação e o interessado é sempre quem decide o que fazer.
Há também quem consulte o Portal da Poupança para saber onde investir melhor as poupanças. Além dos investimentos seguros conhecidos, a APEFI alerta que, neste momento, é complicado fazer previsões de poupança: «Esta é uma situação muito volátil. Está muito complicada tendo em conta este vendaval que veio da América e que ainda não chegou cá, mas que para outros já passou. São momentos complicados», sintetiza João Martins.
Poupar em dois passos
Questionado sobre dicas imediatas de poupança, o membro da direcção da associação sublinha que «é essencial pagarmos sempre em primeiro lugar e deixar de lado 5 a 10 por cento do que recebemos para poupança».

Quanto ao «mito do pé de meia», João Martins refere que, mais importante do que o ter, «estudos financeiros dizem que a prioridade deve ser a eliminação das dívidas de um cartão de crédito». «Parece óbvio, mas não é», remata.

Sem comentários:

Enviar um comentário