sexta-feira, fevereiro 26, 2010
Que vai fazer Pedro Santana Lopes no congresso extraordinário do PSD?
domingo, fevereiro 21, 2010
Presidenciais: Fernando Nobre defende que Face Oculta "merece ser esclarecido até à exaustão"
21 de Fevereiro de 2010, 17:57
O que devo ser quando for grande?
sábado, fevereiro 20, 2010
Avaliação em Cidadania Avançada ... por MÁRIO CRESPO
Assistir ao duríssimo questionamento da comissão de inquérito senatorial nos Estados Unidos para a nomeação da juíza Sónia Sottomayor para o Supremo Tribunal é ver um magnífico exercício de cidadania avançada.
Se a Assembleia da República tivesse a força política do Senado, os negócios do cidadão Aníbal Cavaco Silva e família, com as acções do grupo do BPN, por legais que fossem, levantariam questões éticas que impediriam o exercício de um cargo público.
Do mesmo modo, uma Comissão de Negócios Estrangeiros no Senado nunca aprovaria Lopes da Mota para um cargo em que representasse todo o país num órgão estrangeiro, por causa das reservas que se levantaram com o seu comportamento em Felgueiras, que denotou a falta de entendimento do procurador do que é político e do que é justiça.
Assim, se houvesse um Congresso como nos Estados Unidos, com o seu papel fiscalizador da vida pública, por muito forte que fosse a cumplicidade dos afectos entre Dias Loureiro e Cavaco Silva, o executivo da Sociedade Lusa de Negócios nunca teria sido conselheiro presidencial, porque o presidente teria tido medo das cargas que uma tal nomeação inevitavelmente acarretaria num sistema político mais transparente.
quinta-feira, fevereiro 18, 2010
Candidato à Presidencia da Republica
ENTREVISTA FERNANDO NOBRE Presidente da AMI
"Ser líder é ter deveres. Não é ter direitos"
Por Mafalda de Avelar, a 16 de Janeiro 2010, para o Diário Económico
O homem que não conhece apenas as realidades que descreve, sente-as
NOVO LIVRO RESUME A VISÃO DE FERNANDO NOBRE SOBRE O MUNDO.
Este livro agora. Porquê?
Por um lado: há 30 anos que ando no terreno, a AMI faz 25 anos, tenho escrito outros livros, a falar das minhas viagens, dos meus gritos e das minhas imagens; por outro, no meu blog algumas pessoas interpelam-me para me perguntar "porque é que não nos diz um pouco mais claramente o que pensa?". Por tudo isso escrevi este livro, onde tentei estruturar algo que me permitisse responder às várias questões que as pessoas me colocam e também estruturar o meu pensamento sobre aquilo que considero serem os grandes desafios, as grandes ameaças e as esperanças para a humanidade . E já agora também para falar dos grandes desafios nacionais porque, como todo o português que se preze, também ando preocupado com o nosso país - assim como ando com a humanidade . Foi uma maneira de fazer o meu testamento filosófico e político (embora não partidário) antes de tempo. E assim surgiu este livro escrito durante as férias.
Qual a maior inquietude que sente na sociedade?
A maior ênfase deste livro?
A questão da cidadania global solidária. A democracia representativa pode ser aperfeiçoada com uma quota parte de democracia participativa. (…)É a minha verdade, não é absoluta mas é aquela que eu acredito que devo exprimir porque a minha idade e a minha vivência global dá-me o dever de o fazer. Senti também o imperativo de escrever o que escrevi com toda a frontalidade. Escrevi aquilo que penso. A menos que mudemos de paradigma, de comportamento humano e de sociedade acho que está lá exactamente aquilo que sinto. Este livro é apenas isso.
Excertos do livro
espiritualidade
"Só ela, a espiritualidade, nos permitirá, com «os pés no chão e a mente no rodopio das galáxias», vencer os desafios globais que descrevo na Primeira Parte do presente livro e outras que venham a surgir e implementar as soluções as soluções esperançosas que descrevo na Segunda Parte, terminando pela mais esperançosa de todas: a espiritualidade global fraterna."
"Temos que apostar nos valores universais, tais como o amor, a ética, a equidade, a justiça, a tolerância, o perdão, a solidariedade, a fraternidade, a dignidade, a honra e o civismo…sem os quais nada será possível, nomeadamente o restabelecimento da insubstituível e indispensável confiança entre os cidadãos, o Estado e o mercado. Isso também é espiritualidade …"
Uma certeza tenho: a democracia, que em todas as minha conferencias comparo a uma papoila, não é perene.
Ela terá de resistir, de se adaptar às mudanças ou de morrer, transitoriamente, até que o sopro da liberdade lhe volte a dar vida.
migrações
As migrações internacionais são, para uns, um grande desafio e, para outros, infelizmente, uma grande ameaça… Façamos das migrações uma enorme oportunidade para a paz no Mundo e para o combate à pobreza, essa sim uma grande ameaça global.
PERFIL
O seu percurso de vida traça o seu perfil. Nasceu em Luanda, com 13 anos mudou-se para o Congo e com 16 para Bruxelas, capital onde estudou e residiu até 1985. Nesse ano veio para Portugal. Doutorado em Medicina é especialista em Cirurgia Geral e Urologia. É ainda professor catedrático e Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Mais conhecido entre nós por ter fundado em Portugal a Assistência Médica Internacional (AMI) entidade que preside, foi administrador dos Médicos sem Fronteiras na Bélgica. É membro de inúmeras organizações internacionais de renome, recebeu várias distinções - entre elas a Medalha de Ouro para os Direitos Humanos - e é reconhecido por todos como um homem de causas. Um homem que não conhece apenas as realidades que descreve, sente-as.
Da crise ao crescimento e desenvolvimento economico
Fábrica das Caldas passa de regime de lay-off para novos recordes de produção
18.02.2010 - 07h18
Por Carlos Cipriano
Joana Bourgard/PÚBLICO
Unidade fabril de rolamentos estava há menos de um ano a laborar apenas três dias por semanaA fábrica de rolamentos das Caldas da Rainha, que pertence ao grupo alemão Schaeffler, estava há menos de um ano em lay-off, laborando apenas três dias por semana e com 60 trabalhadores despedidos. Mas agora está a contratar pessoal, prevê atingir já este ano um recorde de produção e vai investir 17 milhões de euros para aumentar em 40 por cento a sua capacidade de fabrico.
"Isto é tudo muito rápido. É a era da Internet. De repente, ficámos sem encomendas e, de repente, temos imenso trabalho. Entrámos subitamente na crise e fomos rápidos a sair dela."
Carlos Gouveia, director-geral da Schaeffler, está ele próprio surpreendido com a súbita recuperação da sua fábrica. Depois de uma queda na produção de quase 50 por cento em 2009, a fábrica voltou aos níveis anteriores à crise e prevê até ultrapassá-los, estimando chegar aos 60 milhões de rolamentos em 2010 (o que constituirá um recorde) e prepara-se já para atingir os 100 milhões nos próximos anos. Para dar resposta a este acréscimo de procura, a Schaeffler recrutou recentemente 30 trabalhadores para o quadro e mais 30 temporários, subindo a 330 o total de colaboradores.
E prepara-se para admitir mais engenheiros e quadros técnicos. Produzir para exportar A antiga Rol - como é conhecida nas Caldas da Rainha, há 50 anos - está a produzir para os seus mercados habituais (Europa, Estados Unidos e Brasil) cerca de 80 por cento da produção. O maior cliente é alemão. A BSH Bosch und Siemens Hausgerate incorpora rolamentos made in Portugal nos seus electrodomésticos (desde máquinas de lavar a secadores de cabelo), bombas de água e moto-serras. Das Caldas vão também rolamentos para as caixas de velocidade de algumas gamas de automóveis da Mercedes e da BMW, bem como para as ventoinhas dos radiadores da Peugeot e Citroen. Curiosamente, alguns países de mão-de-obra barata também são clientes. É o caso da Indonésia (cujas fábricas da Suzuki incorporam rolamentos feitos em Portugal) e da Índia (que absorve 8 por cento da sua produção).
Mais: a própria China importa rolamentos da Schaeffler Portugal, que se destinam a fábricas de capital alemão que se deslocalizaram para aquele país. O segredo deste êxito é um novo produto - um rolamento mais silencioso e mais barato que tem tido grande aceitação e em cuja produção a fábrica das Caldas da Rainha é pioneira. Por outro lado, explica Carlos Gouveia, a Schaeffler lançou uma ofensiva comercial a nível mundial com vista a aumentar a sua quota de mercado, que se tem traduzido num acréscimo de encomendas para a fábrica portuguesa.
O responsável diz que foi muito importante a forma como foi aplicada a controversa lei do lay-off na sua fábrica, que, ao contrário de outras empresas, abrangeu a própria administração e o pessoal administrativo. "Normalmente, as empresas mandam para casa os trabalhadores da produção, mas ficam na empresa o pessoal dos escritórios e os administradores, ou seja, não se poupa nada nos custos fixos. Mas nós, quando decidimos laborar a 60 por cento, entendemos que isso se aplicaria a toda a gente", contou, comentando que não foi agradável constatar na sua própria declaração de rendimentos de 2009 que ganhara muito menos do que em anos anteriores.
A verdade é que quando a produção parou dois dias por semana, a empresa não gastava quase nada. O segurança atendia o telefone e recebia o correio e a fábrica estava simplesmente, desligada. Um controlo rigoroso dos custos e um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica que privilegia a flexibilidade laboral explicam a longevidade desta fábrica, que foi fundada em 1960 por um grupo de empresários caldenses, mas que desde 1996 está em mãos alemãs (há 35 anos detida pela FAG e há cinco pela Schaeffler). Os operários têm um banco de horas, uma espécie de conta-corrente com a empresa que lhes permite usar folgas a meio da semana e, em contrapartida, trabalhar mais quando os picos de produção assim o exigem.
A unidade não tem departamento de marketing, nem comercial nem de comunicação, mas exige-se-lhe que fabrique rolamentos com qualidade e de baixo custo, o que tem vindo a conseguir. Não é, porém, uma típica fábrica cuja competitividade advém dos baixos salários (a Schaeffler é das empresas que melhor pagam nas Caldas da Rainha). Sendo, dentro do grupo, a fábrica que lidera a produção para o exigente mercado europeu, possui tecnologia de ponta e um elevado grau de automatização
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
A revolta do Presidente da AMI
Dr. Fernando Nobre, "Temos 40% de pobres", III Congresso Nacional de Economistas
O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças.
Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto".
Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".