sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Que vai fazer Pedro Santana Lopes no congresso extraordinário do PSD?

Que vai fazer Pedro Santana Lopes no congresso extraordinário do PSD?

Esta é a pergunta de muitos sociais-democratas, sabendo que foi o próprio ex-líder laranja que forçou a marcação da reunião magna dos próximos dias 13 e 14 de Março. O i sabe que três cenários estão a ser ponderados por Santana Lopes. Apoiar José Pedro Aguiar-Branco ou Paulo Rangel, mas nunca Pedro Passos Coelho, é um deles. Segundo cenário: uma candidatura de última hora, o que não é para já uma vontade expressa pelo próprio. Por último, Santana Lopes pode resolver concretizar uma ameaça antiga saindo do PSD e criando um novo partido.

"O congresso extraordinário foi confirmado. Tanto trabalho que deu, a tanta gente, tentar impedi-lo, tanta invenção, tanta oposição" - estas linhas foram escritas por Santana Lopes no seu blogue (pedrosantanalopes.blogspot.com) no passado dia 13 de Fevereiro. "Agora começa outra fase. Com a mesma serenidade", acrescentou. É esta nova fase que faz tremer as três principais candidaturas social-democratas.

A candidatura de Pedro Passos Coelho sabe que não irá contar com o apoio do ex-líder do PSD e que Santana hesita entre José Pedro Aguiar-Branco e Paulo Rangel, com larga vantagem para o actual líder parlamentar. Santana tem elogiado em público aquele que foi o seu ministro da Justiça durante o governo que chefiou depois da saída de Durão Barroso para a Comissão Europeia.

Na sexta-feira passada, por exemplo, de novo no blogue, Santana mostrou-se satisfeito por "já terem surgido candidaturas antes do Congresso" e concordou com o líder da bancada parlamentar laranja: "Como diz Aguiar-Branco, poderá ficar mais claro aquele que poderá ser, no futuro, o modelo estatutário que ligue Congresso e Directas."


Por outro lado, Santana Lopes confessou recentemente a um apoiante próximo que ainda não decidiu se avança com nova candidatura à liderança do PSD. "É um hipótese que não está excluída, mas para a qual não está inclinado", diz-nos fonte próxima do ex-líder social-democrata. Esta possibilidade choca com o facto de alguns santanistas, como é caso de Pedro Pinto, já estarem a apoiar um ou outro candidato - no caso, Passos Coelho. Choca também com a necessidade de percorrer o país e angariar apoios das distritais em apenas duas semanas, face ao trabalho de "caciquismo" que já foi feito pelas três candidaturas no terreno.

O cenário de sair do partido para fundar um novo já foi falado em conversas com apoiantes. É aliás uma ameaça antiga de Santana Lopes, reiterada a 18 de Dezembro de 2009 na sua coluna do semanário "Sol". Na altura, quando começou a exigir um congresso extraordinário antes das directas, escreveu: "Se eu sair do PSD, não volto." O ex-primeiro ministro considerou ainda que "o PPD/PSD está sem causas" e "está a ir atrás daqueles que há anos tudo fazem para destabilizar e minar os alicerces da sociedade e do Estado".

Na altura, contra a opinião de muitos, incluindo a vontade de Passos Coelho, um dos principais a opor-se a esta solução, disse que iria reunir 2500 assinaturas e convocar um congresso, deixando cenários em aberto: "Ponderei várias possibilidades, há muito tempo, mas na vida de cada um de nós tudo devemos fazer para as coisas terem sentido." A ameaça continua em cima da mesa. Fazer apostas torna-se arriscado perante a imprevisibilidade do antigo primeiro- -ministro. O i perguntou ao próprio qual dos cenários é mais provável, mas Santana não quis responder.

publicado no jornal I de 26-02-2010.

Sem comentários:

Enviar um comentário